Sábado, 22 de novembro de 2014
Para atrair tico-ticos o fubá do Palácio do Planalto serve... |
Do Blog Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti
Segundo
mandato presidencial no Brasil costuma ser fim de feira, mas Dilma
Rousseff não precisava exagerar. Os nomes que vão sendo definidos para o
seu novo Ministério parece que conseguirão o impossível: fazer-nos
sentir saudades do anterior...
Para pilotar a economia em transe, dois subalternos de governos
anteriores, os esforçados Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa
(Planejamento). Igualzinho a time de futebol sem banco de reservas à
altura: quando o titular é convocado para a Seleção, o técnico bota um
garoto da base e fica rezando para dar certo. Deus dificilmente atende.
Milagreiro dos milicos pode ser ministro de fato. De direito, não. |
Fico surpreso por ela não ter recorrido ao Delfim Netto, eminência parda da política econômica nos dois primeiros governos do PT. Pelo menos, já está acostumado a jogar no time principal.
Talvez seja apenas para não associar-se de forma tão explícita à nefanda
ditadura militar. Por baixo do pano pode, conforme reza o evangelho segundo Lula:
bastaria botar um Antonio Palocci qualquer fingindo dar as ordens,
enquanto estivesse seguindo aplicadamente as diretrizes traçadas por
quem é do ramo.
Mas, se o motivo for a péssima reputação do gordo signatário do AI-5, o
que dizer da escolha da grande dama do agronegócio selvagem, Kátia
Abreu, para o Ministério da Agricultura? Aí eu não entendo mais nada...
Por que não mudar o nome para Ministério do Agronegócio? |
Finalmente, como Dilma é bem diferente
de Marina Silva e Aécio Neves (a quem ela atribuía vassalagem ao grande
capital), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio será
Armando Monteiro, a menina dos olhos da Confederação Nacional da Indústria.
E o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, só não ficou com a
Pasta da Fazenda porque não quis. Entre o poderoso chefão Lázaro Brandão
e a presidenta da República, ele preferiu obedecer ao primeiro. Entre o
poder econômico e o poder político, ele sabe muito bem quem realmente
manda no Brasil
Mais fim de feira, impossível.