Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 22 de novembro de 2014

Operação Lava Jato, entre Curitiba e Brasília


Sábado, 22 de novembro de 2014
·      A acusação formal de políticos com foro privilegiado iria transferir o caso para o Supremo Tribunal Federal

Do El País — Brasil
Por Pedro Cifuentes
“Petrobras”, “empresários” e “ladrões” são termos ouvidos com frequência nos dias de hoje em Curitiba. A cidade, considerada uma das mais bem organizadas na América Latina, vive intensamente o fato de ter se transformado na capital jurídica do país por alguns meses. Seu estrelato, no entanto, poderia morrer com o sucesso: a possível acusação formal de deputados e senadores (e, portanto, com foro privilegiado) na Operação Lava Jato iria transferir o caso para o Supremo Tribunal Federal, com sede em Brasília, e deixaria a jurisdição do famoso juiz Sergio Moro (42 anos), do Tribunal Federal nº 13 de Curitiba, que desde março está à frente, sem vacilações, da investigação do escândalo de corrupção mais importante da história brasileira.
“A Polícia Federal não quer mais erros”, disse a este jornal uma fonte próxima ao caso, referindo-se à imputação anunciada no início desta semana de José Carlos Cosenzo, atual diretor de abastecimento da Petrobras, apontado pelos agentes como um dos eventuais beneficiários de subornos, um “erro material” que a Superintendência Regional do Paraná da própria Polícia Federal foi forçada a reconhecer horas depois através de uma carta oficial. As pressões para levar o caso para Brasília, sede do poder político e judiciário da República, aumentam: sufocados por uma investigação sem precedentes, os “gigantes” da construção nacional, responsáveis pela maioria das grandes obras públicas nas últimas décadas, preferem esta transferência por acreditarem que encontrarão mais compreensão na alta magistratura. Os advogados que visitam os presos protestam diariamente na imprensa por mandados de prisão “sem justificativa” e viram como seus recursos de “habeas corpus” são recusados pelo juiz Moro por causa das revelações feitas pelos delatores premiados, que permitem assegurar a existência de uma rede de subornos, lavagem de dinheiro e financiamento irregular de partidos que pode chegar até a dez bilhões de reais.
Leia a íntegra em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/11/21/politica/1416607130_917698.html