Do Diário do Poder
Empreiteiras teriam participado de um esquema de propinas para agentes públicos em troca de obras
O procurador do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de
Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira ofereceu representação
nesta sexta-feira, 21, ao tribunal para a declaração de inidoneidade de
oito das principais empresas de construção civil do país, envolvidas no
Petrolão. O procurador também pede a repactuação de preços nos
contratos, uma vez que, para o Ministério Público, há superfaturamento.
A declaração de inidoneidade impediria as empresas de licitar ou
contratar com órgãos da administração pública federal por um prazo de
até 5 anos.
A ação do procurador, no entanto, vai de encontro ao que defende o
presidente do TCU, Augusto Nardes. Ele afirmou nesta semana que é
contrário à declaração de inidoneidade das grandes empreiteiras porque,
na visão dele, isso poderia paralisar o país, uma vez que elas são
responsáveis por grandes obras. Ao invés de ficarem proibidas de manter
contratos com a administração pública federal, Nardes prefere uma
revisão nos contratos.
O pedido de Oliveira, endereçado ao ministro Augusto Sherman,
responsável pelos casos no tribunal relativos à Petrobras, pretende que a
estatal petroleira abra um procedimento administrativo interno, num
prazo máximo de 30 dias, para declarar inidôneas as empreiteiras Queiroz
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