Quinta, 15 de outubro de 2015
Pedro Peduzzi — Repórter da Agência Brasil
Morreu
na madrugada de hoje (15), no Hospital Santa Helena, o coronel
reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ele foi comandante do
Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de
1970 a 1974, durante a ditadura militar. O coronel tratava
um câncer e estava internado desde 24 de setembro, em Brasília. Ele
morreu às 4h45 em decorrência de falência múltipla dos órgãos, causada
por pneumonia.
Ustra foi acusado pelo Ministério
Público Federal de envolvimento em crimes como o assassinato do
militante comunista Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e torturado nas
dependências do órgão.
Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura.
Em maio de 2013, ele compareceu à sessão da Comissão Nacional da
Verdade. Apesar do habeas corpus que lhe permitia ficar em silêncio,
Ustra respondeu a algumas perguntas. Na oportunidade, negou que tivesse cometido qualquer crime
durante seu período no comando do DOI-Codi paulista. Disse também que
recebeu ordens de seus superiores no Exército para fazer o que foi
feito, e que suas ações à frente do órgão tinham como objetivo o combate
ao terrorismo.
Em abril de 2015, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, suspendeu uma das ações penais contra Ustra,
que tramitava na Justiça Federal em São Paulo. Atendendo pedido feito
pela defesa do militar, a ministra disse, na decisão, que suspendeu a
ação, pois era necessário aguardar o julgamento da Lei de Anistia, pela
própria Corte.