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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Lei do Silêncio: Ministério Público vê com preocupação alteração da legislação

Sexta, 11 de dezembro de 2015
Do MPDF
Deve ser colocado em pauta nos próximos dias projeto de lei de autoria do deputado distrital Ricardo Vale (PT) que visa a alterar os limites de ruídos aceitos em áreas urbanas
Os promotores de Justiça de Defesa do Meio Ambiente estiveram nesta quinta-feira, 10 de dezembro, na presidência da Câmara Legislativa do DF (CLDF) para protocolar nota técnica destinada aos deputados sobre as alterações propostas no Projeto de Lei 445/2015, que visa a elevar os limites de ruídos aceitos em áreas urbanas. Na oportunidade, os membros do Ministério Público foram recebidos pelo autor do projeto, deputado distrital Ricardo Vale (PT). Segundo o Ministério Público, qualquer alteração na Lei do Silêncio deve ser tratada como questão de saúde pública e, por isso, indispensável a consulta aos diversos segmentos da sociedade, especialmente a área médica.

Há que se ter “absoluta certeza”, de acordo com o documento, de que eventuais mudanças não impliquem prejuízo à saúde nem impactos à saúde pública, especialmente da população idosa e infantojuvenil. O Ministério Público reforça que a Lei Orgânica do DF (LODF) adota como princípio a vedação ao retrocesso em termos de qualidade de vida.
Para o Ministério Público, além de observar o devido processo legislativo, o projeto de lei deve contemplar a consulta a especialistas em acústica, engenharia ambiental e saúde. “A população do DF já padece do grave problema de poluição sonora, originado, em grande parte, por bares e restaurantes em áreas mistas ou próximos a áreas residenciais. O DF não cumpre as leis vigentes e tais estabelecimentos exercem suas atividades até a madrugada, sendo totalmente incompatível com o repouso noturno”, reforçam.
Outro problema, de acordo com eles, é a ausência de fiscalização e a inadequação das instalações físicas dos estabelecimentos, sem a adequada contenção dos ruídos produzidos. Estudos apontam que a poluição sonora interfere direta e indiretamente no sono e na saúde do cidadão e, dependendo do nível do ruído, pode ocasionar estresse, perturbação do ritmo biológico, desequilíbrio bioquímico. Além disso, aumenta os riscos de doenças como infarto, derrame cerebral, infecções e osteoporose.
Projeto de lei – Atualmente, a Lei do Silêncio (Lei 4.092/2008) em vigor no DF restringe o barulho em área estritamente residencial a 50 decibels durante o dia e 45 à noite. A alteração proposta na CLDF prevê o aumento para 70 decibels no período noturno e 75 no diurno. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ruídos acima de 30 dB causam pertubação do sono.
Confira aqui a íntegra da nota técnica.
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