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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Região das Américas confirma mais de 15 mil casos de sarampo neste ano

Sexta, 27 de dezembro de 2019
Da ONU no Brasil

Campanha de vacinação contra o sarampo no Brasil. Foto: Ministério da Saúde/Erasmo Salomão
Campanha de vacinação contra o sarampo no Brasil. Foto: Ministério da Saúde/Erasmo Salomão
A região das Américas teve 15.802 casos confirmados de sarampo neste ano, incluindo 18 mortes. Os dados são da mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A doença foi notificada por 14 países e territórios, de 1º janeiro a 12 de dezembro, sendo a maior proporção registrada no Brasil (13.489 casos), Estados Unidos (1.276) e Venezuela (552). A OPAS tem apoiado diversas ações dos países, inclusive com fornecimento de vacinas.

Os demais casos foram reportados por: Argentina (85), Bahamas (3), Canadá (113), Chile (11), Colômbia (230), Costa Rica (10), Cuba (1), Curaçao (1), México (20), Peru (2) e Uruguai (9).
Em 1º de novembro, data em que a atualização epidemiológica anterior foi publicada, a região das Américas havia confirmado 11.487 casos de sarampo. Em 25 de setembro, foram 6.541 casos. Em 7 de agosto, 2.927 casos. Em 18 de junho, 1.722 casos.
Para ajudar a controlar a propagação dessa doença, a OPAS tem facilitado a compra de vacinas por meio de seu Fundo Rotatório. Somente para o Brasil, por exemplo, foram enviadas neste ano 23.952.000 doses das vacinas dupla (contra sarampo e rubéola) e tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba).
Esse mecanismo internacional de compras tem simplificado a carga administrativa e burocrática para os Ministérios e Secretarias/Departamentos de Saúde de 41 países e territórios, ajudando-os a avaliarem suas necessidades e assegurarem produtos de alta qualidade e nos menores preços do mercado, de forma contínua.
O Fundo Rotatório da OPAS também oferta 46 tipos de vacinas e apresentações, pré-qualificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e disponibiliza 29 produtos da cadeia de frio e seringas.
Além disso, conta com um fundo de capitalização no valor de 196 milhões de dólares, que é uma espécie de linha de crédito sem juros para apoiar os países em momentos de emergência.
Acesse a íntegra da atualização epidemiológica com dados fechados em 13 de dezembro de 2019: em espanhol ou inglês.

Meta

O Brasil ultrapassou recentemente a meta de 95% de cobertura vacinal da tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) com a primeira dose, recomendada pela OPAS, a OMS e o próprio Ministério da Saúde do país, para crianças de até um ano de idade.
No total, 99,4% delas estão vacinadas. Esse desempenho foi alcançado por meio da intensificação das ações de vacinação.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o resultado é o melhor dos últimos cinco anos com a primeira dose da vacina, embora oito estados e o Distrito Federal ainda não tenham atingido a meta mínima de 95%: Pará (85,4%), Roraima (87,9%), Bahia (88,9%), Maranhão (90%), Acre (91,4%), Piauí (91,9%), Distrito Federal (93,7%), São Paulo (93,9%) e Amapá (94,9%).

Recomendações

A OPAS tem orientado seus Estados-membros a: manter a cobertura vacinal da população-alvo em ao menos 95% (com duas doses da vacina, segundo calendário vacinal de cada país), manter ações de vigilância epidemiológica, prestação dos serviços de saúde, e comunicação efetiva no setor saúde, na comunidade e em outros setores, a fim de aumentar a imunidade da população e detectar/responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.
O organismo internacional ressalta ainda a importância de se vacinar populações em risco, como profissionais de saúde, pessoas que trabalham nas áreas de turismo e transporte (hotelaria, aeroportos, motoristas de táxi, etc.) e viajantes internacionais, bem como identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais).
Além disso, a OPAS pede aos países quem implementem um plano para imunizar migrantes e residentes nas fronteiras de alto trânsito, priorizando populações em risco.
A Organização também recomenda aos países que orientem todos os viajantes internacionais, com idade a partir de 6 meses que não se vacinaram ou não possam comprovar a vacinação, a receberem as vacinas contra sarampo e rubéola. A vacina deve ser administrada pelo menos duas semanas antes da viagem para as áreas com transmissão de sarampo.