Foram escolhidos mais 7 pesquisadores. Seis são europeus e um chinês
Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Uma brasileira, Carolina Marcelino, pós-doutoranda do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a única representante das Américas entre os ganhadores do Prêmio Marie Curie Fellow, promovido pela União Europeia. O programa objetiva financiar pesquisadores promissores de qualquer lugar do mundo em diversas áreas de estudo.
Do total de oito agraciados este ano, seis são europeus e um chinês, além de Carolina, do Brasil. Eles receberão as ‘Individual Fellowships’, que são bolsas de pesquisa e pós-doutorado em instituições ou organizações europeias. O financiamento pretende aprimorar a carreira e as perspectivas acadêmicas de pesquisadores que atuam no exterior.
Em entrevista à Agência Brasil, Carolina Marcelino disse que recebeu a notícia da premiação esta semana e estava, no momento, cuidando da documentação que terá de enviar para o programa, cujo nome homenageia Marie Skłodowska-Curie, primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel. A cientista polonesa que realizou estudos sobre a radioatividade dividiu o Nobel de Física com o seu marido, Pierre Curie, e o físico Henri Becquerel, em 1903. Em 1911, Marie recebeu o Nobel de Química pelo seu trabalho.
Ela terá de enviar o diploma de doutorado e uma prova de que não morou mais que 12 meses nos últimos três anos, na Espanha, onde pretende desenvolver o projeto com pesquisadores da Universidade de Alcalá.
Inteligência artificial e energia
Carolina inscreveu seu projeto em junho deste ano para concorrer ao financiamento do programa. O projeto foi incluído entre os novos talentos na área da energia e se destina a associar algumas técnicas de inteligência artificial (IA) na produção, geração e transmissão de energia em fontes renováveis. “Esse projeto foi aceito e eu recebi a premiação como ‘Individual Fellowships’. Passei para essa fase de elegibilidade”, disse Carolina.
A pós-doutoranda da Coppe deverá viajar para a Espanha no final do primeiro semestre de 2020. O aporte financeiro para o desenvolvimento do projeto será concedido pela Comissão Europeia. Segundo definiu Carolina, o Prêmio Marie Curie é a bolsa mais prestigiada no mundo para recentes doutores.
Todos os contemplados são da área de energia, segundo informou Carolina. “Mas nem todos são da área de energia e inteligência artificial ao mesmo tempo”.
Bolsista nota 10
Além de pós-doutoranda da Coppe-UFRJ, Carolina Marcelino é também bolsista nota 10 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). “Na verdade, esse meu conhecimento em ciência de dados e aprendizado de máquinas foi reforçado a partir do momento em que eu cheguei nesse grupo de trabalho (da Coppe-UFRJ), junto com o professor Carlos Eduardo Pedreira. Porque a minha formação original é na área de otimização. Então, eu aprendi muito de 2018 para cá quando eu cheguei E isso fez com que eu amadurecesse na pesquisa. Eu sou muito grata à Coppe, à Faperj, ao dr. Carlos, à UFRJ como um todo e aos pesquisadores e professores da área de computação”, disse Carolina.
Quando regressar da Espanha, daqui a dois anos, ela pretende continuar trabalhando na área de inteligência artificial, possivelmente aplicada a programas de energia.
O prêmio ‘Marie Curie Fellow’ oferece um contrato no valor de € 4.500 mensais por dois anos, além de recursos de bancada para que o jovem pesquisador desenvolva o projeto submetido.