Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A catapulta

Janeiro
30

A catapulta

Em 1933, Adolf Hitler foi nomeado primeiro-ministro da Alemanha. Pouco depois, celebrou um ato imenso, como correspondia ao novo dono e senhor da nação.
Modestamente, gritou:
—Eu estou fundando a Era da Verdade! Desperta, Alemanha! Desperta!, e os rojões, os fogos de artifício, os sinos das igrejas, os cânticos e as ovações multiplicaram os ecos.
Cinco anos antes, o partido nazista havia conseguido menos de três por cento dos votos.
O salto olímpico de Hitler rumo ao topo foi tão espetacular como a simultânea queda, rumo aos abismos, dos salários, dos empregos, da moeda e de todo o resto.
A Alemanha, enlouquecida pelo desmoronamento geral, desatou a caça aos culpados: os judeus, os comunistas, os homossexuais, os ciganos, os débeis mentais e os que tinham a mania de pensar além da conta.
Eduardo Galeano, no livro 'Os filhos dos dias',
2ª edição, ano 2012, página 44, L&PM Editores.
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Imagem Wikipédia