Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cassação de Raad: Traição, recado ou cagaço?

Quinta, 31 de outubro de 2013
Nem tudo o que parece é. A cassação, ontem (30/10), do deputado distrital  Raad Masouh (PPL) é a típica coisa que parece ser uma coisa, mas pode ser outra.

Depois dos esforços do governo Agnelo de salvar o mandato do seu correligionário, bem como da postura reprovável da maioria dos distritais em tentar preservar o cargo de Raad, mesmo diante das provas que tinham em mãos, eis que, como por um passe de mágica, o distrital foi cassado, massacrado numa votação de 18 a três.

Traição, recado ao Zero Um, ou cagaço. Uma dessas três coisas —ou todas juntos— ocorreu para tanto deputado mudar em cima da hora a maneira de votar.

Traição é uma hipótese forte, visto que a maioria dos deputados é chegada a tal tipo de comportamento. Prova isso —a traição— a diferença entre o discurso e a prática da maioria dos senhores distritais. O discurso ético, o voto interesseiro. O compromisso assumido com a comunidade, o descompromisso na hora de votar projetos no plenário da CLDF. Contudo, parece, não foi puramente traição ao distrital Raad. 

Recado? Talvez! É possível que isso tenha ocorrido. Recado ao Zero Um. Diante do esforço do governo do DF em preservar o mandato de seu parlamentar, distritais, que não são bobos, podem ter aproveitado a oportunidade para mandar um recado ao governador, apesar de a base do governo ter se comportado até agora com total submissão, de modo até vergonhoso. Deixariam eles o cavalo passar arreado? Qual melhor oportunidade para marcar posição e tentar avançar mais ainda no governo do DF? Pelo menos até o final deste ano, talvez, não haja mais tão boa oportunidade.

A terceira hipótese, aqui levantada, é a do cagaço, do pavor, da covardia. Cagaço de que, quase às vésperas das eleições de 2014, os distritais fossem vistos mais uma vez como coniventes com bandalheiras com o dinheiro público. Isso implicaria num grande risco a muitos que hoje se encontram na CLDF. E arriscar não é coisa que os parlamentares estejam dispostos.

E então? Traição, recado ou cagaço? Acho que os três juntos.