Quarta, 30 de outubro de 2013
Aline Valcarenghi, repórter da Agência Brasil
 Brasília - O resultado do monitoramento do último Programa de 
Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (2011/2012) revelou que 
36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 apresentaram a 
presença de agrotóxicos.  Na avaliação da agência, é preciso investir na
 formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso do produto.
Existem dois tipos de irregularidades avaliadas, uma quando a 
amostra contém agrotóxico acima do limite máximo de resíduo permitido e 
outra quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados
 para o alimento pesquisado. O levantamento revelou ainda que dois 
agrotóxicos nunca registrados no Brasil, o azaconazol e o tebufempirade,
 foram encontrados nas amostras de alimentos, o que pode significar que 
estes alimentos entraram no país contrabandeados.
Em 2011 o pimentão foi o produto analisado que teve o maior número 
de amostras com irregularidades. Das 213 amostras analisadas, 84% 
tiveram uso de agrotóxico não autorizado no Brasil, 0,9% tinham índices 
acima do permitido e 4,7% tinham as duas irregularidades. Em seguida 
vieram cenoura, com 67% de amostras irregulares; pepino, com 44%, e a 
alface, com 42%. Em 2012, o morango apareceu com 59% de irregularidades 
nas amostras e novamente o pepino, com 42%. 
A agência explica que alguns agrotóxicos aplicados nos alimentos 
agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar em folhas e polpas. Por
 isso, a lavagem dos alimentos em água corrente e a retirada de cascas e
 folhas externas, apesar de contribuem para a redução dos resíduos de 
agrotóxicos, são incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes 
internas.
O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze 
alimentos monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, 
tomate, dentre outros. A escolha dos alimentos foi baseada nos dados de 
consumo levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), na disponibilidade dos alimentos nos supermercados e no perfil 
de uso de agrotóxicos nos alimentos.
Para a Anvisa, o aspecto positivo do programa é a capacidade dos 
órgãos locais em identificar a origem do alimento e permitir que medidas
 corretivas sejam adotadas vem aumentado. Em 2012, 36% das amostras 
puderam ser rastreadas até o produtor e 50% até o distribuidor do 
alimento.
A Anvisa coordena o programa de análise de resíduos em conjunto com 
as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios participantes, que 
fizeram os procedimentos de coleta dos alimentos nos supermercados e de 
envio aos laboratórios para análise. Assim, é possível verificar se os 
produtos comercializados estão de acordo com o estabelecido pela 
agência.
 
 
 
