Terça, 29 de outubro de 2013
Monica Yanakiew*
 Correspondente da Agência Brasil/EBC
 Buenos Aires – A Suprema Corte da Argentina declarou constitucional 
hoje (29) a Lei de Meios Audiovisuais. Aprovada em 2009 pelo Congresso, 
de maioria governista, a legislação foi questionada na Justiça pelo 
Grupo Clarín – o maior conglomerado de comunicação do país e principal 
crítico ao governo da presidenta Cristina Kirchner.
O governo argumenta que a lei democratiza a informação, porque limita
 os monopólios. Já os advogados do Grupo Clarín, representantes de 
outros meios de comunicação e da oposição alegam que o governo quer usar
 a legislação para impedir as críticas.
A Suprema Corte entendeu que a Lei 26.522 é constitucional, pois 
regula a multiplicidade de licenças de modo geral, o que é uma 
atribuição do Congresso e "cuja conveniência e oportunidade não se trata
 de matéria de análise dos juízes", informou a agência de notícias 
públicas Telam.
A Corte acrescentou “é legítima uma lei que fixe limites gerais a 
priori, porque dessa maneira se favorece a liberdade de expressão ao 
impedir a concentração de mercado".
Vinte e um grupos de comunicação tiveram prazos para apresentar 
propostas e reduzir seus ativos. Todos os grupos cumpriram a norma, com 
exceção do Clarín, que recorreu à Justica por considerar alguns artigos 
inconstitucionais. O grupo contestou os artigos que estabelecem que as 
licenças são intransferíveis, restringem a quantidade de licenças, 
retira o direito adquirido de empresas que têm licenças acima do 
permitido e o prazo de um ano para se adaptar à lei.
A Câmara Federal Civil e Comercial concedeu uma liminar até que a 
Suprema Corte se pronunciasse sobre o caso. A decisão foi anunciada hoje
 (29).
“Foi uma grande notícia para a democracia”, disse Martin Sabatella, o
 presidente da Autoridade Federal de Serviços de Comunicacão Audiovisual
 (Afsca), responsável pela implementação da lei. Advogados do Grupo 
Clarín informaram que irão examinar as 392 páginas da decisão da Suprema
 Corte, antes de se pronunciar.
Com a Lei de Meios, o Clarín terá que se desfazer de vários ativos. O
 grupo tem 237 licenças de TV a cabo (dez vezes mais que o permitido 
pela lei), que abrangem 58% da população (o limite é 35%).
*Com informações da Telam
 
 
 
