Sábado, 26 de outubro de 2013
A deputada Celina Leão (centro) se comprometeu a encaminhar as demandas
Aposentadoria especial aos 25 anos de serviço, abertura imediata de
concurso público para ampliação do quadro de servidores e gratificação
relativa ao atendimento a alunos do ensino especial: essas são as
principais reivindicações dos pedagogos/orientadores educacionais que,
nesta sexta-feira (25), debateram em audiência pública, na Câmara
Legislativa, os problemas da categoria.
O evento, realizado por
iniciativa da deputada Celina Leão (PDT), reuniu no plenário da Casa
representantes dos orientadores educacionais de todas as regiões de
ensino do Distrito Federal, da OAB-DF e do Sinpro. A parlamentar
reclamou da ausência da Secretaria de Educação no debate.
Os
representantes da categoria relataram o cotidiano de suas atividades nas
escolas da rede pública e as dificuldades encontradas no exercício de
suas funções."Há uma carência de, aproximadamente, 500 profissionais no
quadro. Há escolas onde não temos nenhum orientador e em outras, com
mais de mil alunos, temos apenas um pedagogo-orientador", alertou Paulo
Henrique Marques, coordenador da Orientação Educacional do Gama.
Diversas outras deficiências também foram apresentadas durante a
audiência, como a ausência desses profissionais em escolas localizadas
na zona rural e nos centros de línguas. "Nossa atuação devia ser
preventiva, mas a Secretaria de Educação escolhe somente as escolas onde
já há conflitos para a alocação dos profissionais", reclamou Carla
Bianca Ferreira.
Os orientadores apresentaram, ainda, situações
de risco e vulnerabilidade, citando, por exemplo, o desconhecimento por
parte de diretores e coordenadores das escolas sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA). De acordo com a legislação, os
orientadores precisam denunciar quando suspeitam de casos de abusos.
Outro problema que enfrentam é o trabalho infantil, principalmente nas
escolas localizadas no campo, durante a época de colheita.
Encaminhamentos –
Após ouvir as reivindicações dos orientadores educacionais, a deputada
Celina Leão, que coordenou a audência, se comprometeu a encaminhar todas
as solicitações, seja por meio de proposições de iniciativa parlamentar
ou cobrando do governo soluções para as questões.
A parlamentar
recebeu apoio dos deputados Olair Francisco (PTdoB) e Patrício (PT),
quem garantiu a realização de uma reunião, em data a ser marcada, de
distritais e representantes da categoria com o secretário de Educação do
DF, Marcelo Aguiar. "Se o encontro não puder ser marcado, a Câmara
Legislativa tem a prerrogativa de convocá-lo", explicou Patrício.
Saúde –
Patrício fez declarações a favor dos orientadores educacionais,
lembrando a importância da educação para a cidadania. "Somente por meio
do ensino dos direitos e deveres de cada um, desde cedo, é possível
formar verdadeiros cidadãos e combater a corrupção", disse, rebatendo,
na sequência, afirmações do secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa.
"Ele declarou que eu não entraria pela porta da frente de nenhum
quartel. Pois afirmo que não somente nos quartéis, mas em qualquer
delegacia, hospital ou órgão público, eu entro de cabeça erguida, pois
não tenho acordo ou negociata com quem quer que seja, ao contrário de
muita gente no governo", afirmou.
Patrício acrescentou que, ao
final deste governo, "vai faltar polícia para levar tanta gente", e que
não tem nada a esconder, "mas ele (Rafael Barbosa) tem". Também disse
que, a partir da semana que vem, o secretário de Saúde do Distrito
Federal terá muitas denúncias para responder.
Marco Túlio Alencar – Coordenadoria de Comunicação Social