Quarta, 17 de setembro de 2014
Comentário do Gama Livre: Uai! O Lula, quando presidente, não havia afirmado que o sistema de saúde público no Brasil estava chegando à perfeição? Degringolou o sistema ou mentiu o presidente?
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Da Agência Brasil
Edição: Stênio Ribeiro
Falta de médicos, de leitos, de equipamentos e infraestrutura
precária são os principais problemas encontrados nos seis hospitais
federais do Rio de Janeiro, embora a situação mais crítica seja nos
hospitais do Andaraí e de Bonsucesso, ambos na zona norte da cidade, de
acordo com a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro (DPU/RJ).
Segundo
o defensor público Daniel Macedo, o cenário encontrado na vistoria de
ontem (16), no Hospital de Bonsucesso, foi semelhante ao das visitas de
anos anteriores. “Não há leitos suficientes, muitas pessoas ficam
jogadas em cadeiras e macas, e os três contêineres colocados de forma
provisória, em 2011, para atender os pacientes durante a construção da
emergência, ficaram permanentes. Cada um tem capacidade máxima para 30
pessoas, mas a emergência chega a atender 60”, disse ele. O aluguel
mensal dos contêineres custa R$ 318 mil, o que dá gastos acumulados de
R$ 13 milhões de 2011 até hoje, ao passo que a construção da emergência é
estimada por Macedo em R$ 8 milhões.
Já no Hospital do Andaraí,
em uma inspeção feita pela Vigilância Sanitária, a pedido da DPU, foram
encontradas 60 irregularidades. Entre elas, ratos no setor de oncologia,
medicamentos jogados no chão da Unidade de Terapia Intensiva, móveis
entulhados nas enfermarias, sala de raio-X sem isolamento de chumbo e
condições precárias de infraestrutura, como mofo e buracos nas paredes.
De acordo com a DPU, a unidade recebe R$ 110 milhões por ano para cobrir
gastos com atendimento e manutenção.
Daniel Macedo informou
ainda que foi enviado ontem um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) à
gestão do Hospital do Andaraí, que tem prazo de 20 dias para assinar o
documento e 180 dias para solucionar os problemas encontrados na
avaliação. Se o termo não for cumprido, será aplicada multa de R$ 10 mil
por dia.
Outro problema é a falta de médicos. De acordo com o
Sindicato dos Médicos do Rio, o último concurso realizado para contratar
profissionais de saúde nos hospitais federais foi em 2010, e segundo
dados do órgão, é necessária a contratação de 1.226 médicos para os seis
hospitais da rede.
O presidente do Conselho Regional de Medicina
do Rio, Sidnei Ferreira, acrescenta que além da pouca contratação de
médicos há o problema da baixa remuneração dos profissionais. “Nos
hospitais públicos existe alta rotatividade de médicos, porque o salário
é muito baixo, em torno de R$ 2,2 mil, bruto. Além disso, as condições
de trabalho são precárias e não há plano de carreira”, criticou.
De
acordo com Daniel Macedo, a próxima etapa de vistorias da DPU será nos
institutos e hospitais universitários federais. Mas não adiantou quando.