Domingo, 7 de setembro de 2014
Foram realizadas na
manhã deste domingo (7) a Parada Militar de 7 de setembro e também a
20a. edição do Grito dos Excluídos. Enquanto
o número de manifestantes chegou a aproximadamente 700, o número de
militares
fazendo o policiamento era de mais que o dobro, um total de 1.700
homens.
Tobias Farias é articulador nacional do ato e parte do Fórum das
Pastorais Sociais do Rio. Ele reforça que o evento busca a união dos movimentos
sociais e a paz. Justamente num ato onde era pedido o fim da militarização da
polícia e da criminalização dos movimentos sociais, o clima em diversos
momentos foi de tensão, de acordo com ele, graças ao enorme contingente policiais, inclusive com a
tropa de elite da PM, o Bope e também pela truculência da polícia.
Por
volta das 12h30, na altura da Central do Brasil, manifestantes
queimaram a bandeira nacional e policiais prenderam duas pessoas.
Durante a prisão, houve empurra-empurra e os policiais usaram spray de
pimenta para afastar os manifestantes. Na confusão, uma mulher também
foi presa. Os três foram encaminhados à delegacia. Depois do tumulto,
parte dos manifestantes se dispersou, enquanto outro grupo manteve a
caminhada até a estátua de Zumbi dos Palmares, onde houve discursos.
“A lógica da policia é a lógica da repressão, da truculência.
Tudo poderia ter transcorrido sem nenhum incidente, mas se cria uma tensão muito
grande com aquele número imenso de soldados do Bope, armados par a guerra. Nós
entendemos que a policia não cumpre seu papel, ela não diminui a violência. A policia do Rio é a que mais mata e mais morre
e está provocando a guerra. É realmente uma lógica de guerra, que somos contra”,
comenta. nós somos contrários a uma lógica
de guerra.
“É uma contradição. Fomos criminalizados e vimos
todo o aparato que a polícia tem contra a gente, de uma forma desproporcional”,
disse Tomas. Durante a marcha mais uma arbitrariedade foi cometida, segundo
manifestantes. Os ativistas que estavam portando instrumentos musicais foram
parados e não puderam seguir até que a parada militar, que também conta com
instrumentos, fosse finalizada. Segundo manifestantes,o posicionamento de
impedir a passagem foi do comando da PM e só houve prosseguimento do ato depois
de muita negociação.
“Não somos contrários a existência da polícia, mas da polícia com lógica
militar, que tem um inimigo. A policia não tem um inimigo. E mais importante
ainda, nós não somos inimigos. A polícia olha o manifestante, o integrante to movimento
social e sobretudo o pobre, como inimigo”, lamenta Tomás.
*Do programa de Estágio do JB
* *Com informações da Agência Brasil