Domingo, 7 de setembro de 2014
Por Luís Augusto Gomes
Como parvo não é, o ex-presidente Lula joga sua última cartada – ou
penúltima, já que a cada eleição lança mão infrutiferamente do mesmo
discurso – ao conclamar os petistas ao “corpo a corpo” para evitar a
“volta do coronelismo” na Bahia.
Os correligionários que Lula exorta não existem mais, o que há, na
maioria dos casos, é a militância sustentada por cargos públicos que há
muito nivelou o PT a todos os principais partidos do país.
A sociedade urbana que o apoiava desde tempos imemoriais, formada por
trabalhadores, estudantes, intelectuais e segmentos religiosos, já se
retirou, num processo de desmonte ideológico que vem deixando pedaços
pelo caminho.
Fazem parte do passado petista, entre tantos outros, nomes como Hélio
Bicudo, Plínio de Arruda Sampaio, Cristovam Buarque, Fernando Gabeira,
Heloisa Helena, Chico Alencar, Francisco de Oliveira, César Benjamim
e... Marina Silva!
Hoje Lula critica essas personalidades – ou não, dependendo da
conveniência – e se alia aos execrados de outrora, personificados na
tríade Sarney-Collor-Renan. Imagina-se, certamente, um predestinado da
eterna engabelação.
Sua aura de Midas da política, no entanto, desintegra-se. Os “postes”
que elegeu, como Dilma e Haddad, são campeões de rejeição. Aqui mesmo,
em Salvador, não foi capaz de barrar a Prefeitura ao herdeiro do
“coronel”.