Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dormindo com o estuprador, ou com forte suspeita de ser um; cuidado com o jacaré

Terça, 9 de setembro de 2014
Você teria coragem de entregar sua  filhinha, sua jovem filha, seu filho, sua mulher, ou sua mãe, aos cuidados de um estuprador? E mesmo que não seja um estuprador condenado, mas que haja fortes indícios ser ele um desses pervertidos? Você entregaria a sua família aos cuidados de alguém que responde por estupro? Sim? Não? Teria a tranquilidade de dormir com um estuprador “zelando” por seu sono?
Pois é, acho que ninguém correria esse tipo de risco. Ficaria, e colocaria sua família, seu vizinho, seu  amigo, todos, o mais longe possível de um estuprador ou um forte acusado de cometer esse hediondo crime contra suas vidas e dignidade.
Então como pode alguém entregar a vida de sua família, de seus amigos —e até de adversários— para que estupradores de cofres públicos sejam responsáveis e zeladores pelo presente e o futuro de todos. Alguns já estupradores condenados —mas vários deles ainda soltos. De outros, já se encontrou o DNA do estupro nos cofres e nos recursos públicos. Apesar de ainda não condenado o estuprador, o mal já foi feito, violentando o direito universal à saúde, à educação, ao bom transporte público, à dignidade. 

A lerda justiça brasileira, e o ineficiente aparelho de investigação, que são atrapalhados e sofrem influência de estupradores e de amigos deles, até agora não conseguiram segregar da sociedade elementos nocivos como são os estupradores do erário público, os estupradores da Nação, a Nação que deve ser a mãe de todos nós. Apesar de ser uma mãe ingrata com muitos dos seus filhos. Com muitos não, com a maioria, isso até por conta dos estupros sucessivos e históricos que essa Mãe é vítima há quinhentos e tantos anos.
É verdade que o estuprador, especialmente desse tipo que estamos falando —do dinheiro público— mostra simpatia, é sorridente, é bem vestido, chega de vagarinho, se aproxima, tem boa lábia, está sempre acompanhado e apoiado por outros estupradores, se apresenta como anjo, mas esconde os chifrinhos e os pés de cabra (que as cabras me perdoem). É o bandido em fantasia de santo. Tudo para apoderar-se da dignidade, da vida, e ser senhor do corpo e da alma do eleitor.
Além dos estupradores que brilharam no Mensalão Principal, e também em outros Brasil a fora, agora se revela o Mensalão do Petrolão. Com estupradores de quase todas as cores partidárias.
Mas fiquemos em nossa paróquia, na nossa Brasília, a nossa mãe, irmã, filha, Brasília.
Aqui, na amada Brasília, muitos estupradores dos cofres. Alguns poucos condenado, mas ainda usando recursos protelatórios para, em algum momento no futuro, se livrar da cadeia por prescrição dos crimes de estupros dos cofres. Há até estupradores que foram filmados no ato obsceno e degradantes do estupro. Uns, e umas, empacotando, ensacando, embolsando, outros ‘rezando’, e mais alguns ‘encuecando’, ‘emeiando’. Nenhum até agora está preso. Uns poucos curtiram alguns dias de cadeia. Coisa boba, coisa pouca, para o crime que cometeram. Quem sabe algum dia haja a indignação geral do povo, o acordar das nossas instituições, como o judiciário, por exemplo, e esses bandidos estupradores dos cofres públicos sejam encarcerados, engaiolados, excluídos da vida da sociedade, por um tempo maior.
Teve estupradores que foram estuprados também, pois quem, por exemplo, vende seu voto num parlamento é ao mesmo tempo um estuprado moralmente e um estuprador da dignidade dos eleitores, da população. Deputados, (não)servidores públicos, secretários, dirigentes de empresas públicas, autarquias etc. se deixaram levar pela orgia, sendo ao mesmo tempo estuprados e estupradores. Foram, mais do que isso, uns canalhas!
Aquele eleitor que tenha a preocupação com a dignidade de sua família, seus amigos, seu grupo, sua sociedade, e inclusive seus adversários, tem muito a se preocupar nessas eleições que ocorrerão no dia 5 de outubro.
Deve analisar bem o seu voto, para depois não se queixar do estupro político. Do estupro contra os cofres públicos.
Dos candidatos a deputado, por exemplo, tem gente que não tem currículo, mas folha corrida. Alguns foram presos 8, 10, 15 dias. Alguns sob a suspeita de fraude em licitação com o poder público, uma das formas mais violentas e usuais de estupro dos cofres públicos. Condenados, alguns. Suspeitos? muitos. E aí volto ao que falei lá no início desse texto. Entregar alguém a um acusado suspeitíssimo de estupro?
Não entregue a nossa Brasília nem a estupradores juramentados e nem a fortes suspeitos de estupro de cofres público. Pesquise o nome de cada um dos seus possíveis candidatos.
Como dizia Leonel Brizola: “Quando um negócio tem olho de jacaré, couro de jacaré, dente de jacaré, serra de jacaré, como que não é jacaré?”
Claro que é jacaré. Não vote em jacaré.
Pesquise a vida do seu candidato, descubra quem é que financia a sua campanha para amanhã cobrar de você a fatura. Depois decida se vai com ele ou afasta-se dele.