Sexta, 23 de outubro de 2015
Da Revista Época
Além das construtoras envolvidas na Lava Jato, banco BTG Pactual, Coteminas, Gerdau, Pirelli, Vale, Drufry Brasil estão entre as companhias que fretaram aeronaves nas quais o ex-presidente viajou para o exterior para realizar palestras
Por Thiago Bronzato
Desde quando deixou o Palácio do Planalto, em fevereiro de 2011, até junho de 2015, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou 70 palestras remuneradas no Brasil e no exterior, sendo 47 delas lá fora. A sua maior cliente é a Odebrecht, seguida pela Andrade Gutierrez e pela OAS, investigadas na Lava Jato.
Além dessas empreiteiras, responsáveis por bancar a maior parte das
viagens de Lula para países da América Latina e África, há outras
empresas e instituições financeiras brasileiras e internacionais que
fretaram aeronaves, reservaram hotéis e alugaram carros para servir o
ex-presidente em eventos fora do Brasil. É o que revelam documentos obtidos por ÉPOCA
numa investigação sigilosa do Ministério Público Federal no Distrito
Federal — que apura se Lula praticou tráfico de influência no exterior
em favor da Odebrecht.
Na lista de companhias que fretaram as aeronaves nas quais o
ex-presidente viajou para o exterior estão, entre outras: Pirelli;
Iberdrola; Gerdau; Dufry Brasil; Vale, controlada pelo governo;
Coteminas, do empresário Josué Gomes. Entre os empresários, que têm uma
boa relação com Lula e colocaram à disposição os seus jatinhos, estão: a
família Klein, fundadora da Casas Bahia; José Seripieri Júnior,
fundador da Qualicorp e amigo com quem o ex-presidente já passou dois
reivellions em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro; o ex-ministro do
Turismo e membro do conselho de administração da empresa de educação
Kroton, Walfrido Mares Guida, por meio da sua empresa Samos
Participações.