Segunda, 12 de outubro de 2015
Nos dias 7, 8 e 9 de outubro, aconteceu em Lima, no Peru,
o evento “Plataforma Alternativa frente ao Banco Mundial: Desmentindo o milagre
peruano e o Fundo Monetário Internacional”. O seminário reuniu palestrantes
internacionais, dentre os quais, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da
Dívida, Maria Lucia Fattorelli, que abordou a relação entre as políticas
econômicas implementadas pelo FMI na América Latina e o consequente surgimento
de dívidas públicas ilegítimas e de tamanhos astronômicos, que continuam a
crescer na grande maioria dos casos, na primeira apresentação do painel “Lições
sobre o ajuste estrutural desde a América Latina”.
Evento no Peru reuniu palestrantes da Bélgica, EUA,
Argentina, Brasil e Peru.A situação econômica do Brasil foi citada, inclusive,
por outros palestrantes internacionais, como o professor da universidade de
Columbia, em Nova York e co-presidente da “Initiative for Policy Dialogue” Joseph
Stiglitz. “O Brasil inventou uma nova fórmula de não-
crescimento: Taxas de juros super elevadas. Nenhuma indústria pode crescer, ninguém pode começar um novo negócio”. O economista explicou que o papel do Estado é fundamental, pois o mercado não trabalha no vácuo e precisa de regulação. Afirmou também que à medida que um país vai exportando suas riquezas minerais, vai se empobrecendo. “Até sob uma perspectiva puramente econômica se deve investir pesadamente em educação e na redução das desigualdades, pois sem esses fatores o desenvolvimento e o lucro ficam prejudicados,” ressaltou.
crescimento: Taxas de juros super elevadas. Nenhuma indústria pode crescer, ninguém pode começar um novo negócio”. O economista explicou que o papel do Estado é fundamental, pois o mercado não trabalha no vácuo e precisa de regulação. Afirmou também que à medida que um país vai exportando suas riquezas minerais, vai se empobrecendo. “Até sob uma perspectiva puramente econômica se deve investir pesadamente em educação e na redução das desigualdades, pois sem esses fatores o desenvolvimento e o lucro ficam prejudicados,” ressaltou.
Durante os três dias, também se discutiu acerca do
panorama do financiamento das inversões estruturais na região, sobre novos
sistemas de alerta a impactos ambientais e sociais por projetos financiados
pelo Banco Mundial, também a respeito do setor energético e os seus impactos
nas mudanças climáticas e nos conflitos sociais, a necessária proteção aos
direitos das crianças nos impostos do Banco Mundial, investimentos e segurança
territorial dos povos indígenas do Peru, responsabilidade fiscal e o novo marco
para o desenvolvimento, desafios das desigualdades no Peru e na América Latina,
casos de ingerência do Banco Mundial por meio de suas políticas no Peru,
políticas de ajuste estrutural e o impacto no emprego, transparência e
participação como alternativa ao modelo extrativista do Banco Mundial e
dimensões sociais e ambientais da presença chinesa na América Latina, políticas
educativas do Peru.
Aconteceu, também, uma mesa redonda estratégica sobre a
incidência dos direitos humanos no desenvolvimento, organizada pela Coalização
para os Direitos Humanos no Desenvolvimento. Apresentou-se a campanha “Que as
transnacionais paguem o justo” e falou-se sobre tendenciais globais do financiamento
para infraestrutura e seus impactos no desenvolvimento sustentável e nos
direitos humanos. O papel da instituições financeiras internacionais foi
amplamente debatido. Houve exposições acerca da crise da dívida e os
aprendizados que devem ser tirados das experiências na Europa e na América
Latina.
Dentre os palestrantes internacionais, além da
coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dìvida, Maria Lucia Fattoreli, e
do professor da Universidade de Columbia, Joseph Stiglitz, também estavam presentes
o professor Eric Toussaint, da Universidade de Lieja, na Bélgica, e autor de
diversos livros sobre as implicações sociais das políticas econômicas
neoliberais; Hugo Arias Palacios, professor universitário e membro do movimento
mundial contra a dívida ilegítima, do Equador; e Martín Guzmán, professor da
Universidade de Buenos Aires e membro do grupo de investigação “Externalidades
Macroeconômicas” do Instituto por Novo Pensamento Econômico (INET).