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A equipe do governo da cidade de Madri economizará
mais de 100.000 euros na Câmara Municipal com essa decisão
Antonio Maestre
redaccion@lamarea.com
MADRI — Carlos Sánchez Mato, Conselheiro
de Finanças da Câmara Municipal de Madri, optou por não renovar os contratos
que a Câmara Madrilenha assinou com as agências de classificação “Fitch”
e “Standard and Poor’s”, firmados no governo anterior pelo Partido Popular,
encabeçados por Alberto Ruiz-Gallardón e Ana Botella.
Os contratos com a Standard and Poor’s e a Fitch, publicados com exclusividade pelo La Marea, foram assinados em 2002 e
prorrogados ano a ano com vigência até 31 de dezembro de 2015. Esse ano, os
pagamentos às agências de classificação subiram para 107.521,19 euros. O
governo de Manuela Carmena decidiu, portanto, que não renovará esse compromisso
com as agências por questões políticas e tendo em vista que durante sua gestão,
não há pretensões de emitir títulos da dívida pública municipal.
A decisão tomada pelo Conselheiro de Finanças ocorreu
poucos dias após a Standard and Poor’s rebaixar a classificação da dívida
madrilenha a partir do anúncio da auditoria da dívida que Manuela Carmena
quer realizar. Para justificar o rebaixamento, a Agência alegou que, em um
cenário onde o Governo madrilenho declare que a dívida é parcialmente
ilegítima, haja incompreensão por parte do mercado.
Carlos Sánchez Mato descreveu a decisão da Standard and
Poor’s como fruto de opiniões “políticas”. Em declarações ao Europa Press,
afirmou que a classificação dada pela agência não era nada mais que um
instrumento de pressão política contra o processo de Auditoria da Dívida:
“Trata-se de um ato puramente político, consequência direta da aplicação dos
princípios do programa que o partido “Ahora Madrid” propôs e através dos quais
conquistou a confiança do povo madrilenho para chegar ao governo da cidade.”
Durante as reuniões entre as agências de rating e a equipe
de Carlos Sánchez Mato, houve, desde o princípio, diversas divergências. O
Ahora Madrid acredita que as informações solicitadas pela Fitch e pela Standard
and Poor’s tinham apenas caráter ideológico e pouco se relacionavam com a
solução dos problemas da cidade. Exemplo disso é o interesse dessas
instituições no fim do subsídio à escola de tourada Marcial Lalanda, mesmo
reconhecendo que essa é uma questão regional que não afeta a classificação.