Quinta, 3 de outubro de 2013
Akemi Nitahara, repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O adolescente de 16 anos e a mãe dele, testemunhas
no inquérito que investiga o desaparecimento do ajudante de pedreiro
Amarildo de Souza, foram oficialmente incluídos no Programa de Proteção à
Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do governo federal.
A informação foi confirmada hoje (3) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que coordena o programa. Os dois deixaram o Rio de Janeiro no dia 21 de setembro
e foram levados para “um local seguro”. Ao depor na polícia, o
adolescente disse que Amarildo fora morto por um traficante da Rocinha,
mas depois declarou que foi coagido por policiais militares para dar o
depoimento.
Ontem (2), o titular da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil fluminense, delegado Rivaldo Barbosa, disse que indiciou dez policiais militares (PMs) pelo desaparecimento de Amarildo. Eles vão responder pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
O inquérito tem 2 mil páginas e foi entregue ao Ministério Público
do Rio de Janeiro na terça-feira (1º). O ajudante de pedreiro sumiu no
dia 14 de julho, depois de ser levado por PMs para a sede da UPP na
comunidade. O ex-comandante da unidade sustentou que Amarildo foi ouvido
e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem o pedreiro
saindo da UPP, pois as câmeras de vigilância que poderiam registrar a
saída dele não estavam funcionando.