Quinta, 9 de junho de 2011
Para Gurgel, foram “extremamente injustas” as críticas à decisão de
arquivar a representação criminal contra Palocci por falta de provas. “O
procurador-geral da República se manifesta de acordo com sua convicção.
Foi o que eu fiz no caso, apesar dos julgamentos feitos pela imprensa.
Fiz isso com a mesma firmeza contra o ministro Palocci no caso do
caseiro” – declarou, dizendo que já está acostumado com esse tipo de
reação.
Firmeza? Houve tanta firmeza na investigação do caso Francenildo? Na
verdade, houve tão pouca firmeza que Palocci escapou incólume. Só agora,
seis anos depois, é que a Caixa Econômica Federal comunicou que a ordem
para quebrar o sigilo do caseiro partiu do próprio ministro da Fazenda e
não de seu assessor Marcelo Netto. Se tivesse havido firmeza naquela
época, a Caixa não teria sonegado a informação decisiva, Palocci seria
condenado e estaria hoje fora da política, sem condições de prestar tão
generosas consultorias. E o caseiro já teria sido indenizado pelo
mal que Palocci e sua quadrilha fizeram a ele, covarde e impiedosamente.
(Da Tribuna da Imprensa de hoje, coluna de Carlos Newton)