Quinta, 10 de outubro de 2013
Distritais
lamentaram morte de criança em ônibus alagado
Os
estragos causados pela forte chuva de ontem no Distrito Federal e que
culminaram na morte de uma criança de seis anos dentro de um ônibus preso no
vão alagado de um viaduto na Ceilândia repercutiram nesta quarta-feira (9) na
Câmara Legislativa. Com a voz embargada pela emoção, a moradora da cidade e
deputada Luzia de Paula (PEN) fez um duro discurso contra o abandono do maior
núcleo urbano do DF.
"Eu
não gostaria de estar aqui hoje fazendo esse pronunciamento, pois, como
moradora de Ceilândia há 40 anos, sinto-me muito amargurada com a destruição da
comunidade do Sol Nascente pela chuva de ontem. Sei que é um fenômeno da
natureza, mas isso não teria acontecido nessas proporções não fosse o descuido
do Estado com essa cidade. Ceilândia é sempre vista pelos políticos como o
maior colégio eleitoral, mas nunca em seu potencial humano", criticou.
A morte
da menina Giovana Moraes de Oliveira também foi lamentada por Luzia. "Eu
conhecia a Giovana. Era uma criança alegre e calma, tão calma que os colegas a
chamavam de tartaruguinha por ser sempre a última a subir e a descer do ônibus.
Ela foi vítima de um viaduto mal planejado e da falta de um sistema de drenagem
para aquela região. Giovana morava na última casa do Sol Nascente e todos os
dias tinha que viajar para estudar, quando deveria ter, por direito, uma escola
perto de casa. O que é preciso entender é que criança não é futuro, criança é
presente. Ela morreu por nossa total falta de responsabilidade", concluiu.
A líder
do governo na Casa, deputada Arlete Sampaio (PT), admitiu a falta de
infraestrutura adequada no local para suportar as chuvas. "Precisamos
tomar providências para melhorar a drenagem pluvial, mas é preciso ressaltar
que quando construíram esse viaduto não fizeram a drenagem adequada. Houve
muita ocupação irregular nos últimos anos", afirmou.
Olair
Francisco (PTdoB) conclamou os colegas a visitarem a região. "Várias
famílias estão sem casa e o que é mais lamentável é que anunciaram R$ 400
milhões em obras há mais de um ano, e toda hora vem um tribunal para barrar
isso e aquilo e nada sai do papel. Gostaria de convidar todos os colegas para
visitarmos a comunidade amanhã. As pessoas estão ansiosas pela chegada do poder
público, temos que dar um socorro, levar esperança para aquele povo",
apelou.
Fonte: Éder Wen - Coordenadoria de
Comunicação Social da Câmara Legislativa do DF