Sábado, 13 de setembro de 2014
Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes
O
Banco Central que não consegue conter ou fazer descer a inflação agora faz
plano e prospecções para o futuro, muito longe. Então afirma, propaga e
garante: "Em 2016, essa inflação voltará para a meta".
Se
não podemos acreditar no que dizem agora, que garantia teremos para aceitar
compromissos para dentro de dois anos? Além do mais falsificam ou misturam os
dados, confundindo o cidadão. Prometem para 2016, o "alto da meta",
6,50. Mas no apogeu desse "otimismo" entre aspas, falam em 4,50, o
"centro da meta", que não conseguem atingir.
A volta de FHC
Serra
duas vezes e Alckmin, uma vez (a segunda será em 2018) presidenciáveis,
esconderam o ex-presidente, sabiam como ele era negativo eleitoralmente. Seu
"retrocesso de 80 anos em 8", é eterno e irrecuperável para o Brasil.
Aécio tentou "ressuscitar" FHC, o resultado está aí nas pesquisas,
terceiro colocado entre três candidatos.
Agora
não esconde que está "procurando" Dona Marina para que seja feito um
acordo entre dois no segundo turno. Aécio não tem nenhuma chance, ficou
"imprensado" pelos fatos, mas não precisava "passar recibo"
na derrota, quase 1 mês antes da derrota. O ex-governador de Minas não autorizou
FHC. Mas ele se apropria do nome e do prestigio do candidato.
O indefensável e execrável FHC
Elevou
os juros a 44%, entregou a Lula em 25. Desmoralizou as grandes empresas
estatais, não conseguiu DOAR a Petrobras por falta de coragem. Já escrevi tanto
sobre e contra FHC, os seus oito anos, diariamente, hoje vou transcrever um
trecho do que escreve o sociólogo Antonio Marcos Capobianco.
A hipótese funesta da volta de PSDB
1 -
"Nos oito anos do governo federal, o PSDB deixou a marca da incompetência.
Os tucanos quebraram o país duas vezes. Cresceram a pobreza e a desigualdade,
com prolongada recessão, epidemias 50 milhões de miseráveis, 12 milhões de
desempregados".
2-
"FHC deixou dois problemas robustos que têm inviabilizado o crescimento: uma
carga tributária bruta de 36% e uma dívida líquida/PIB de 56%, explicou Antonio
Delfim Netto. Em quatro anos, acumulamos um déficit em conta-corrente de ordem
de 100 BILHÕES de dólares. O resultado foi trágico".
3-
"Agora, a hipótese funesta e remota da volta do PSDB ao governo federal
remete ao fim do controle estatal da Petrobras, Furnas, Banco do Brasil, Caixa,
etc. E teme-se pelo destino do que se tem feito por um Brasil mais justo
socialmente, sétima economia do mundo, e destacada geradora de empregos".
Dona Marina com FHC, não
A
candidata tem que usar os dois minutos do horário eleitoral e as diversas
entrevistas e aparições esparsas, para desfazer toda e qualquer ligação com o
PSDB de FHC, por mais imaginaria que seja. Tem que repudiar e expulsar toda e
qualquer possibilidade de aliança com esses grupos. E esse ex-presidente que
comprou a reeleição. Tem que dizer e repetir isso é IMAGINÁRIO e MENTIROSO.
Alta e baixa das ações da Petrobras
Muita
gente me pergunta por que as ações da grande empresa sobem e descem com tanta
facilidade, até de um dia para o outro. Como sou petrobrasista desde sempre,
sem uma ação, confiam no repórter, me param até na rua para pedir explicação.
Um
fato essencial no "mercado" é a volatilidade comandada por
profissionais. Então vendem e compram regular mente e não ocasionalmente. E
como as ações da Petrobras têm muita negociabilidade, na hora de comprar ou
vender, a Petrobras está na pauta.
A
corrupção é danosa, não tem jeito. E na Petrobras os prejuízos são
contabilizados na casa dos BILHÕES. Mas não é isso que mais afeta a grande
empresa do Brasil, que deveria estar entre as maiores do mundo.
O
que atinge mesmo a empresa é a desadministração. E desadministração com corrupção
cria um fracasso mais do que visível.
Vou
dar apenas um exemplo: a Petrobras, produtora e exportadora de óleo grosso, é
importadora de óleo fino, combustível, gasolina e diesel. Por que essa
anomalia? Porque deveria ter 40 ou 50 refinarias e nem liga para o assunto.
Decidiu construir a de Abreu e Lima, custaria dois BILHÕES, já falam em 30 ou
40 BILHÕES. E essa refinaria está no centro das acusações do ex-diretor da
Petrobras.
O “japonesinho” protegido da ditadura
Seu
nome, Shigeaki Ueki. Como corrupção é crime e não prescreve, devia estar preso.
Foi presidente da Petrobras, começaram criticas mesmo na ditadura. O
“presidente” Geisel criativo, transferiu-o da Petrobras para o Ministério das
Minas e Energia, que controla a Petrobras.
Com
tudo que acumulou na presidência e no ministério que controla a Petrobras,
enriqueceu de tal maneira que comprou poços no Texas. Hoje ele e os filhos,
nesse mesmo Texas, mais ricos que os Bush, pai e filho, ex-presidente dos EUA.
É lamentável e desanimador.
O desespero da CPI e do governo
Pediram
ao Supremo que autorizasse (leia-se: determinasse) o depoimento do ex-diretor
da Petrobras, com o que já disse na delação premiada. Mesmo que o Supremo
resolva atender ao pedido (aberto) da CPI, e ceder ás consultas (de bastidores)
de emissários do governo, não adianta.
Paulo
Roberto Costa pode ir do Paraná a Brasília, mas ninguém pode obriga-lo a falar,
nem puni-lo pelo previsível silencio. Além do mais, dificilmente o relator
entrará nessa. Zavaski, para ganhar tempo, mandou ouvir o Procurador Geral. Não
precisava nem precisa.
PS- Como sempre Edson Arantes do Nascimento ficou no passado, é
um retrógrado e continua retrocedendo. A luta contra o racismo, que era
obrigatória, agora é legitima, ética e insubstituível, depois da Lei Afonso
Arinos.