Sábado, 13 de setembro
de 2014
Carolina Gonçalves -
Repórter da Agência Brasil
As
fontes de energia renováveis ganharam destaque especial entre as propostas de
candidatos à Presidência da República no que se refere ao setor elétrico. Todos
os presidenciáveis que incluíram propostas nessa área nos programas entregues à
Justiça Eleitoral reconhecem a necessidade de aumentar a oferta em função do
consumo crescente de energia, mas defendem que o país explore seus potenciais
naturais para reduzir prejuízos ambientais e riscos de racionamento.
Conheça
as propostas dos candidatos à Presidência para o setor de energia:
Aécio
Neves (PSDB) promete incentivar distribuidoras e geradoras elétricas para instalação
de unidades de geração de energia a gás natural e cogeração e viabilizar novas
fontes de financiamento para o investimento e expansão do sistema elétrico
brasileiro. Ele promete estimular a economia de baixo carbono e reorientar a
matriz energética, buscando diversificar as fontes de energia. Aécio defende a
ampliação da participação da energia solar e da energia eólica na matriz e o
estímulo para que todos os setores econômicos adotem programas de eficiência
energética e conservação de energia. Na valorização da diversidade de fontes, o
presidenciável ainda propõe que sejam consideradas as características regionais
na redefinição da matriz energética e, para atrair novas empresas e
investimentos, o candidato promete criar um ambiente regulatório seguro e
equalizar regras de incentivos, subsídios e financiamentos públicos para as
diversas fontes de energia.
Dilma
Rousseff (PT) garante que vai dar continuidade ao processo de expansão do
parque gerador e transmissor para garantir a segurança do suprimento e a
modicidade tarifária. Segundo ela, é preciso manter a qualidade da matriz
energética brasileira, baseada em hidroelétricas e termoelétricas, fontes
renováveis limpas e de baixa emissão de carbono, complementada por fontes
alternativas, como a eólica, a solar e a originária da biomassa. Dilma promete
dar prioridade à ampliação e modernização do parque de transmissão de energia
instalado e apresenta um balanço dos últimos dez anos apontando a retomada da
construção de usinas hidrelétricas e de linhas de transmissão.
Eduardo
Jorge (PV) alerta, em seu programa de governo, que a expansão do sistema de
produção de energia elétrica está causando problemas ambientais e sociais
crescentes com o deslocamento de empreendimentos para a Amazônia e o uso das
termelétricas que deveria ter caráter emergencial. Eduardo Jorge reconhece que
o consumo de energia tende a crescer, mas defende que o aumento da oferta siga
padrões de eficiência para não comprometer recursos naturais ou aumentar
emissões de gases de efeito estufa. Ele é favorável à substituição das fontes
que emitem mais carbono por fontes renováveis, como a hidráulica, a eólica, a
solar e a biomassa moderna, que “além de poluírem menos, têm seu fornecimento
perene, aumentando a segurança energética e reduzindo a dependência de custos
com as importações”.
Eymael
(PSDC) quer priorizar a ação do governo federal em infraestrutura nacional,
incluindo a geração de energia como uma das prioridades, ao lado da construção
de estradas, ferrovias e do sistema portuário.
Levy
Fidelix (PRTB) acredita que a capacidade de fornecimento de energia pode ser
ampliada a partir do aproveitamento do potencial hídrico amazônico e a
implantação de pelo menos dez novas usinas atômicas espalhadas pelo país.
Fidelix também é favorável a avançar no aproveitamento de energias renováveis e
defende o barateamento dessas fontes.
Luciana
Genro (PSOL) destaca o setor energético como fator crítico da soberania e do
desenvolvimento de qualquer país. A candidata ataca a política adotada pelos
governos tucano e petista nesse setor afirmando que ambos transformaram um
“sistema público, planejado e cooperativo, em um sistema privado, mercantil,
concorrencial, caro, ineficiente e devastador do meio ambiente”.
Marina
Silva (PSB) afirma que vai retomar o planejamento de médio e longo prazos e
investir em fontes modernas, limpas e renováveis. A ambientalista afirma que é
preciso aumentar a oferta para permitir o crescimento econômico e afastar
constantes riscos de racionamento. Segundo ela, o Brasil é um dos únicos países
do mundo que podem ter uma matriz elétrica otimizada segura e competitiva do
ponto de vista socioambiental. Entre suas promessas de governo, Marina afirma
que vai apliar a participação da eletricidade na matriz energética, aumentar a
proporção de energias renováveis e reduzir o consumo absoluto de combustíveis
fósseis. A candidata ainda garante que vai alinhar interesses de geradores,
distribuidores e consumidores e criar mecanismos de expansão do mercado livre
de energia. Marina Silva também pretende recuperar a produção de
biocombustíveis e garantir que 1 milhão de hectares de concessões florestais
tenham fins energéticos.
Mauro
Iasi (PCB) se compromete a estatizar setores estrate gicos e a reverter as
privatizações da área de energia, assim como propõe nos casos de comunicação,
mineração, recursos naturais, transporte e logística de distribuição e
produção.
Pastor
Everaldo (PSC) quer revisar o modelo de partilha adotado para a exploração de
petróleo no país, mas promete cumprir os contratos que estão vigorando. O
candidato prefere desestatizar o setor e abrir mercado para produção e
distribuição de energia, buscando variedade de matrizes para baratear o
serviço. Everaldo destaca o potencial brasileiro em relação a fontes solar,
hidrelétrica, eólica, nuclear e biomassa.
Zé
Maria (PSTU) afirma que o setor de energia é estratégico para o
desenvolvimento do país. Mas ressalta que nas mãos das grandes construtoras,
empreiteiras e grupos internacionais, a preocupação não é garantir energia para
o povo brasileiro, mas com seus lucros. Para o candidato, reestatizadas e sob o
ontrole dos trabalhadores, essas empresas estariam a serviço dos interesses e
da necessidade dos trabalhadores. Ele defende a reestatização completa do setor
de energia elétrica, privatizado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, e
mantido pelos governos do PT.
Rui
Costa Pimenta (PCO) não apresentou proposta específica sobre o tema.