Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

De Dilma para Marina: "Eu te acuso de pretender fazer o que eu tenho feito!"

Quarta, 10 de setembro de 2014
Do Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti

 



A propaganda política enganosa é o último recurso do PT para tentar escapar da derrota anunciada. Eis que agora está recorrendo, no horário eleitoral gratuito, ao mesmo besteirol falacioso que disseminava por suas redes de blogueiros amestrados, tipo:
  • criar uma tempestade em copo d'água a respeito da participação, na campanha de Marina Silva, da uma herdeira Setúbal cujo verdadeiro ofício é o de educadora e não apita nada nas decisões do grupo Itaú;
  • insuflar o alarmismo mais grosseiro e demagógico, ao imputar à rival a intenção de governar em favor dos banqueiros, como se não fosse isto que o PT vem fazendo há quase 12 anos (tanto que o Itaú e o Bradesco acabam de anunciar aumentos respectivos de 36,7% e 20,7% em seu lucro líquido no 1º trimestre de 2014, comparativamente ao mesmo período de 2013 - um resultado tão exagerado que chega a ser obsceno, ainda mais se levarmos em conta que se trata de uma atividade parasitária e inútil, e também que os dois últimos anos, para o País, foram de vacas magras); e
  • fazer um escarcéu a respeito da intenção de Marina Silva de tornar independente o Banco Central, como se fosse preferível para o cidadão comum um BC subserviente ao governo federal e subordinando decisões técnicas à politicalha (é de um ridículo atroz pretender que governos totalmente submissos ao poder econômico, como o nosso, sejam preferíveis aos grandes grupos privados, na verdade ambos se equivalem em perniciosidade, então a diferença entre as duas posições, em termos práticos, acaba sendo a tendência que os governantes têm de colocar as decisões macroeconômicas a reboque das conveniências políticas e eleitoreiras).
Para quem sabe das coisas (inclusive os formuladores da dita propaganda política enganosa), não estou contando nenhuma novidade. O Nelson Rodrigues decerto qualificaria o que escrevi de obvio ululante.
Daí o meu desalento ao constatar que há legiões de desinformados engolindo e repassando esse lixo, como se estivessem descobrindo a pólvora. Faz-me lembrar a velha frase de que pouco conhecimento, às vezes, é pior do que nenhum.