Quarta, 10
de setembro de 2014
Fonte: Agência
Senado
Diante da divulgação de informações relacionadas ao
processo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa,
preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, a CPI mista que investiga
denúncias de irregularidades na estatal decidiu convocá-lo para prestar
depoimento. Ele será ouvido na próxima quarta-feira (17).
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Leia também: Ministro Teori Zavascki autoriza envio de documentos para CPMI da Petrobras
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A determinação foi anunciada nesta quarta-feira (10) pelo
presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), após reunião de líderes em
seu gabinete.
- Nós queremos ouvi-lo. Durante esse processo, a nossa
assessoria e a diretoria da comissão vão tomar as providências cabíveis para o
translado do senhor Paulo Roberto – anunciou Vital.
A convocação de Costa pela CPI mista já tinha sido
aprovada antes do processo de delação premiada. O ex-diretor da Petrobras depôs
à CPI exclusiva do Senado em junho. À época, porém, ele afirmou que não tinha
envolvimento em qualquer fraude em contratos e alegou desconhecer as atividades
de Alberto Youssef como doleiro. O ex-executivo, que havia sido solto por
decisão do ministro do STF Teori Zavascki, voltaria a ser preso no dia seguinte
ao depoimento.
Além da convocação de Paulo Roberto Costa, a CPI mista
elaborou um ofício para requerer à Justiça Federal no Paraná acesso a todas as
informações referentes aos depoimentos de Costa, mesmo com o processo de
delação premiada ainda em curso.
- A CPI, com seus poderes constitucionais, terá a
responsabilidade de receber e guardar os documentos apresentados. Já
determinamos a elaboração de uma petição para o senhor ministro Teori Zavascki
[relator do processo no STF] para que esses documentos coletados na delação
premiada possam vir automaticamente à comissão. Este é o nosso direito. A
CPI quer ser parte nesse processo. A delação está em curso e temos insistindo
para o que já foi coletado possa vir à comissão – explicou Vital.
Questionado sobre o fato de o processo correr em sigilo de
justiça, o que impediria o acesso a essas informações, Vital respondeu:
- A CPI não é qualquer pessoa. Ela tem os poderes
constitucionais – reiterou.
Reunião
Outra providência tomada pelos parlamentares foi a redação
de uma petição solicitando uma reunião com Teori Zavascki para discutir o
compartilhamento de informações sobre o processo.
- Estou insistindo muito com essa audiência para
discutirmos e afinarmos os procedimentos. Vamos integrar as ações do Supremo
com a CPI – afirmou Vital.
Para o senador José Agripinio (DEM-RN), que participou da
reunião, marcar o depoimento antes mesmo da chegada das informações da delação
premiada não atrapalhará o trabalho da CPI.
- Não dá para fazer compatibilizações. Temos que tomar
iniciativas como marcar a vinda dele. Não tem que ficar vinculando uma coisa
com a outra – disse o líder do DEM no Senado.
Políticos
Os participantes da reunião, que teve presença de muitos
líderes da Câmara dos Deputados, ressaltaram que não há elementos para discutir
a situação de políticos que teriam sido mencionados por Paulo Roberto Costa.
— Não há denúncia, há [apenas] menção. Seria uma
precipitação da nossa parte — comentou José Agripino, líder do DEM e membro
suplente da CPI mista.
O deputado Fernando Francischini (SD-PR) também defendeu
cautela.
- O importante agora é a CPI debater tudo. Precisamos ter
a força e a firmeza de investigar todos os nomes citados e o cuidado de
verificar se o Ministério Público comprovou o envolvimento de algum – disse.
Nestor Cerveró
Além da reunião de líderes, está marcado para a tarde
desta quarta (10), às 14h30, o depoimento do ex-diretor da área Internacional
da Petrobras Nestor Cerveró. Ele vai falar sobre a compra da refinaria de
Pasadena, no Texas (EUA), por ter sido autor do resumo executivo que embasou a
decisão a favor do negócio, que custou US$ 1,24 bilhão aos cofres da empresa.
Além de denúncia de que teria repassado imóveis a
familiares logo após o caso Pasadena ter surgido na imprensa, Cerveró será questionado
sobre um apartamento onde morou durante cinco anos em Ipanema, no Rio de
Janeiro. O imóvel é cotado em R$ 7,5 milhões e, segundo a revista Veja,
pertence a uma empresa offshore com sede no Uruguai. Offshores
são empresas abertas fora dos países de origem dos proprietários, em geral para
fugir da tributação.
Fonte: Agência
Senado