Em postagem das 15h20 de ontem, terça (6/10), relatei a via crucis de uma jovem para ser
diagnosticada no HRG, Hospital Regional do Gama. Sentia fortes dores, tinha
febre, e no início da madrugada se dirigiu àquela unidade. Atendida pelo
médico, foi tirar uma radiografia, mas não pode voltar ao profissional da
saúde, pois a máquina não estava imprimindo a radiografia. Voltou para casa com
suas dores e febres.
Pois bem,
por volta das 19 horas desta terça (6/10), depois de um dia de dores, retornou
ao hospital. Se viu obrigada a tirar outra radiografia, pois ninguém sabia onde
estava a primeira, recebeu afinal a “nova chapa”. Com a radiografia em mãos foi
ao médico, que achou necessário ela se submeter a uma ecografia, para uma
melhor avaliação.
Azar, o da
paciente. Há o equipamento de ecografia no HRG em condições de funcionamento. O
diabo é que ontem à noite não dava para fazer o exame. Não existia o pessoal
médico que manuseia o aparelho. Um equipamento tão caro, fundamental em muitos
dos diagnósticos, mas o governo o deixa sem funcionar em muitos horários (vão
dizer que nas longas horas de uma noite não são muitos horários?). Uma noite
num pronto-socorro de um hospital como o do HRG é longa, cheia de atendimentos,
transbordante de tensões. Depois aparecem os governantes com lero-lero na TV
querendo colocar sempre a culpa desse tipos de coisa, não na suas
incompetências, mas sobre as costas de governos anteriores ou dos funcionários
das unidades médicas. Haja incompetência! Haja hipocrisia! Aja, alguém!
A
incompetência do governo é tamanha que durante o tempo que a paciente
permaneceu no hospital, estava quase tudo parado, pois “o sistema caiu”. Sabe
qual sistema? O de informática, a internet. Na linha de frente do HRG, por
exemplo, na recepção, a internet ainda é via rádio. É a famosa cai, cai. Cai
tudo. Cai o atendimento. E até a vergonha do governo. Ontem teve até parente de
paciente “roteando sua internet do celular” para que pudesse haver atendimento
do médico.
Mas
voltando ao caso da jovem paciente —que há mais de 24 horas não consegue
conhecer o diagnóstico do mal que a atormenta—, sem ter como tirar a ecografia,
o que restou, então, a ela?
Retornar
novamente a sua casa no início da madrugada, com suas fortes dores e febres. E
com uma cada vez maior indignação.
Otimista, como
sempre —não significando, claro, passividade e acomodação— deve nesta quarta (7/10) retornar a algum hospital público de Brasília. E acompanhada novamente
com suas febres e dores. Que desta vez tenha sorte.
***
Outro tipo
de caos da rede pública de saúde. Imagem da noite desta terça (6/10) no HRG.
O caos absoluto! Nem tampa no ralo de escoar água tem. Talvez para aumentar o serviço de ortopedia.
O boxe da esquerda fica meio aberto. O da direita, totalmente escancarado. Vai enfrentar?