Sexta, 11 de outubro de 2013
kiara.mila@jornaldebrasilia.com.br
Embora tenha um estádio pronto para o Mundial de 2014, Brasília não serve de exemplo para o megaevento. Em ranking elaborado pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), a capital do País é a penúltima entre as 12 sedes, submetidas a análise do andamento das obras – estádios, mobilidade urbana e aeroportos.
As notas levaram em consideração o andamento dos projetos listados na primeira Matriz de Responsabilidades, divulgada em janeiro de 2010 pelo Ministério do Esporte.
Para a Secretaria Extraordinária da Copa do Distrito Federal (Secopa-DF), os critérios não são claros. “A Secopa desconhece a metodologia de avaliação e montagem do ranking, cujo resultado não condiz com a realidade dos preparativos de Brasília para a Copa do Mundo”, rebate o órgão, por e-mail.
O assessor do Sinaenco, Rodrigo Prada, ressalta a falta de planejamento de todas as arenas. “Tudo começou a ser construído em 2010, três anos depois de o Brasil ter a certeza de que seria a sede do Mundial. O Mané ficou muito bonito, mas atrasou a entrega”, justifica.
Para Rodrigo, a Copa das Confederações pôde ser usada como teste e não como base fundamental para o ano que vem. “Os jogos da Copa das Confederações foram feitos para a cidade, pois os próprios habitantes compareceram em massa e o número de turistas foi mínimo. Ano que vem, essa proporção deve ser triplicada.”
A exclusão do Veículo Leve sobre trilhos (VLT) da Matriz de Responsabilidades, apesar da ampliação da DF-047, fez com que Brasília recebesse nota 1 em mobilidade urbana, a pior entre os três quesitos avalidos. A única intervenção para a melhoria do trânsito na capital referente à Copa do Mundo destacada pelo estudo foi a “Expresso DF”. A obra de R$ 500 milhões ligará a região sul do DF ao centro da capital federal.
Versão Oficial
Por e-mail, a Secopa esclareceu a exclusão do VLT. “O governo local fará até o Mundial de 2014 mais do que prevê o caderno de encargos. Um conjunto com 10 projetos, orçados em R$ 330 milhões, executados a partir deste ano e concluídos até a Copa, garantirá fluidez ao trânsito, acessibilidade, novas ciclovias e calçadas”.
Além disso, o órgão citou as obras da W3 Norte e W5 Sul. “ serão construídos túneis para pedestres e ciclistas entre o estádio, o Centro de Convenções e o Parque da Cidade, novas calçadas nos setores hoteleiros Sul e Norte e no Eixo Monumental, além de ciclovias na área central da cidade”, concluiu.
Aeroporto preocupa
Para receber e despachar os turistas e brasileiros que optarem por acompanhar os jogos da Copa de perto, o assessor do Senaenco, Rodrigo Prada, prevê as possíveis dores de cabeça que os passageiros poderão enfrentar.
“Eles (aeroportos) não estarão prontos para recebê-los (turistas), mesmo que tenham os tais ‘puxadinhos’. Sem contar que praticamente todos os voos vão passar por Brasília. Isto será mais uma dificuldade a ser enfrentada”, alerta.
Em Brasília, por exemplo, dois projetos estavam previstos na lista da Copa. O Módulo Operacional Provisório foi inaugurado em julho de 2012.
Atualmente, o espaço está um verdadeira canteiro de obras, que começaram apenas em maio de 2011, com atraso de 27 meses. O índice de execução era de 35% no mês passado.
Diretor administrativo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do DF (CREA-DF), Marcus Vinícius destacou a falta de organização da capital. “Brasília deveria ser exemplo para o País em termos de organização. A dificuldade é a falta de planejamento. Tivemos seis anos para isso”, opina.
Abandonado
Os atrasos nas obras de mobilidade e aeroporto não são os únicos problemas. Até mesmo o estádio de R$ 1,8 milhão, que está em funcionamento desde maio, ainda não se adequou ao padrão Fifa.
Nas últimas partidas, foi comum a reclamação dos torcedores em relação a falta de água nos bebedouros, goteiras na cobertura e com a sujeira. (K.M.O.)
Gramado do Mané é criticado
Secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke enfatizou a preocupação da entidade com as condições dos gramados dos estádios da Copa do Mundo de 2014. Muito criticado por jogadores e dirigentes brasileiros, o campo do Mané Garrincha foi citado como um dos piores.
“Alguns jogadores estão acostumados a atuar nos melhores lugares que se pode ter. Na Europa, a maioria dos estádios é de alta qualidade. O gramado não é como o esperado em Brasília e nós esperamos que melhore. Não é uma crítica, é um fato”, dispara Valcke.
Entre as constantes reclamações ao gramado do palco do DF estão as da seleção brasileira tanto na abertura da Copa das Confederações, como também no amistoso da contra a Austrália, em 7 de setembro.
Valcke deixou no ar que existe uma ansiedade da entidade com as obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, e da Arena da Baixada, em Curitiba. Ele falou mais de uma vez, assim como o ex-jogador Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local (COL), que há um foco maior da Fifa sobre as obras em Curitiba e Cuiabá, que chegaram a ser paralisadas por problemas de segurança.
Ingressos
Depois de encerrada a primeira etapa de vendas de ingresso, a Fifa divulgou ontem um comunicado que aproximadamente 6,1 milhões de pedidos de bilhetes foram feitos para a Copa do Mundo de 2014.
A entidade informou que 203 nações fizeram pedidos, sendo 70,8% do Brasil. Os jogos mais procurados são a abertura (726.067 solicitações), a final (751.165) e os da seleção. Como a demanda foi muito superior à oferta, a Fifa realizará um sorteio. Até 4 de novembro de 2013, todos os solicitantes saberão por e-mail ou SMS se tiveram ou não a sua solicitação efetivada.
Embora tenha um estádio pronto para o Mundial de 2014, Brasília não serve de exemplo para o megaevento. Em ranking elaborado pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), a capital do País é a penúltima entre as 12 sedes, submetidas a análise do andamento das obras – estádios, mobilidade urbana e aeroportos.
As notas levaram em consideração o andamento dos projetos listados na primeira Matriz de Responsabilidades, divulgada em janeiro de 2010 pelo Ministério do Esporte.
Para a Secretaria Extraordinária da Copa do Distrito Federal (Secopa-DF), os critérios não são claros. “A Secopa desconhece a metodologia de avaliação e montagem do ranking, cujo resultado não condiz com a realidade dos preparativos de Brasília para a Copa do Mundo”, rebate o órgão, por e-mail.
O assessor do Sinaenco, Rodrigo Prada, ressalta a falta de planejamento de todas as arenas. “Tudo começou a ser construído em 2010, três anos depois de o Brasil ter a certeza de que seria a sede do Mundial. O Mané ficou muito bonito, mas atrasou a entrega”, justifica.
Para Rodrigo, a Copa das Confederações pôde ser usada como teste e não como base fundamental para o ano que vem. “Os jogos da Copa das Confederações foram feitos para a cidade, pois os próprios habitantes compareceram em massa e o número de turistas foi mínimo. Ano que vem, essa proporção deve ser triplicada.”
A exclusão do Veículo Leve sobre trilhos (VLT) da Matriz de Responsabilidades, apesar da ampliação da DF-047, fez com que Brasília recebesse nota 1 em mobilidade urbana, a pior entre os três quesitos avalidos. A única intervenção para a melhoria do trânsito na capital referente à Copa do Mundo destacada pelo estudo foi a “Expresso DF”. A obra de R$ 500 milhões ligará a região sul do DF ao centro da capital federal.
Versão Oficial
Por e-mail, a Secopa esclareceu a exclusão do VLT. “O governo local fará até o Mundial de 2014 mais do que prevê o caderno de encargos. Um conjunto com 10 projetos, orçados em R$ 330 milhões, executados a partir deste ano e concluídos até a Copa, garantirá fluidez ao trânsito, acessibilidade, novas ciclovias e calçadas”.
Além disso, o órgão citou as obras da W3 Norte e W5 Sul. “ serão construídos túneis para pedestres e ciclistas entre o estádio, o Centro de Convenções e o Parque da Cidade, novas calçadas nos setores hoteleiros Sul e Norte e no Eixo Monumental, além de ciclovias na área central da cidade”, concluiu.
Aeroporto preocupa
Para receber e despachar os turistas e brasileiros que optarem por acompanhar os jogos da Copa de perto, o assessor do Senaenco, Rodrigo Prada, prevê as possíveis dores de cabeça que os passageiros poderão enfrentar.
“Eles (aeroportos) não estarão prontos para recebê-los (turistas), mesmo que tenham os tais ‘puxadinhos’. Sem contar que praticamente todos os voos vão passar por Brasília. Isto será mais uma dificuldade a ser enfrentada”, alerta.
Em Brasília, por exemplo, dois projetos estavam previstos na lista da Copa. O Módulo Operacional Provisório foi inaugurado em julho de 2012.
Atualmente, o espaço está um verdadeira canteiro de obras, que começaram apenas em maio de 2011, com atraso de 27 meses. O índice de execução era de 35% no mês passado.
Diretor administrativo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do DF (CREA-DF), Marcus Vinícius destacou a falta de organização da capital. “Brasília deveria ser exemplo para o País em termos de organização. A dificuldade é a falta de planejamento. Tivemos seis anos para isso”, opina.
Abandonado
Os atrasos nas obras de mobilidade e aeroporto não são os únicos problemas. Até mesmo o estádio de R$ 1,8 milhão, que está em funcionamento desde maio, ainda não se adequou ao padrão Fifa.
Nas últimas partidas, foi comum a reclamação dos torcedores em relação a falta de água nos bebedouros, goteiras na cobertura e com a sujeira. (K.M.O.)
Gramado do Mané é criticado
Secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke enfatizou a preocupação da entidade com as condições dos gramados dos estádios da Copa do Mundo de 2014. Muito criticado por jogadores e dirigentes brasileiros, o campo do Mané Garrincha foi citado como um dos piores.
“Alguns jogadores estão acostumados a atuar nos melhores lugares que se pode ter. Na Europa, a maioria dos estádios é de alta qualidade. O gramado não é como o esperado em Brasília e nós esperamos que melhore. Não é uma crítica, é um fato”, dispara Valcke.
Entre as constantes reclamações ao gramado do palco do DF estão as da seleção brasileira tanto na abertura da Copa das Confederações, como também no amistoso da contra a Austrália, em 7 de setembro.
Valcke deixou no ar que existe uma ansiedade da entidade com as obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, e da Arena da Baixada, em Curitiba. Ele falou mais de uma vez, assim como o ex-jogador Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local (COL), que há um foco maior da Fifa sobre as obras em Curitiba e Cuiabá, que chegaram a ser paralisadas por problemas de segurança.
Ingressos
Depois de encerrada a primeira etapa de vendas de ingresso, a Fifa divulgou ontem um comunicado que aproximadamente 6,1 milhões de pedidos de bilhetes foram feitos para a Copa do Mundo de 2014.
A entidade informou que 203 nações fizeram pedidos, sendo 70,8% do Brasil. Os jogos mais procurados são a abertura (726.067 solicitações), a final (751.165) e os da seleção. Como a demanda foi muito superior à oferta, a Fifa realizará um sorteio. Até 4 de novembro de 2013, todos os solicitantes saberão por e-mail ou SMS se tiveram ou não a sua solicitação efetivada.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br