Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Os negócios com as teles e o desrespeito com a opinião pública

Segunda, 7 de outubro de 2013
Jornal do Brasil

O respeito à opinião pública não deveria ser apenas um lema do empresariado, mas um compromisso legal. Se assim não fosse, pela responsabilidade que os empresários têm com seus empregados e o país, mereceriam como punição pelo seu não cumprimento uma pena de exclusão que fosse maior do que a que a Justiça aplica a homens do povo que cometem barbaridades por estarem à margem da própria sociedade.

Pode ser lido hoje num jornal paulista uma reportagem que, num passado recente, dificilmente seria publicada. 

Sobre o negócio Oi/Telemar, os crimes têm que ser explicados. Envolveram um presidente da República dos mais dignos dos últimos anos, que se expôs em um decreto que contrariava o direito de compra da Telemar à Brasil Telecom pelos fundamentos do edital.

O que se dizia é que o Brasil teria uma grande empresa mundial de telecomunicações. Em sua coluna de domingo, o jornalista Elio Gaspari fala do fracasso do projeto do governo de "campeões nacionais", lembrando que, em 2007, o BNDES "botou perto de R$ 20 bilhões em empresas companheiras". Ainda segundo o colunista, "numa mesma semana, dois fatos mostraram o tamanho do fracasso dessa política". Ele cita o caso do conglomerado da OGX e a supertele Oi, "produto da fusão pra lá de esquisita e paternal da Telemar com a Brasil Telecom, tornou-se uma campeã nacional portuguesa, fundindo-se com a Portugal Telecom. Em 2010, o BNDES e os fundos de pensão tinham 49% da empresa. A nova "supertele" nasce com uma dívida de R$ 45,6 bilhões. Novamente, receberá recursos do BNDES e dos fundos companheiros."

Hoje, o senhor que concedeu a entrevista ao jornal paulista diz que havia um "namoro" entre as teles, que começou em 2011, e admite ter sido as negociações TIM e Vivo razão também desse negócio - esse mesmo senhor diz que o namoro começou em 2011, e as negociações entre a TIM e Vivo foram em 2013.

Esse mesmo senhor ainda envolve a Comissão de Valores Mobiliários como passiva e insider.

Onde está o Ministério Público diante dessas declarações? 

Onde está o Ministério Publico também quando esse senhor diz que os prejuízos da holding devem ser transferidos para os novos controladores da nova empresa?

Pode ser verdade que este mesmo senhor, há um ano, vem pressionando o filho de uma autoridade para que esse negócio "pudesse ser realizado"...?