Domingo, 6 de outubro de 2013
Historiador diz que a polícia da ditadura militar era menos
violenta que a atual PM carioca - transformada, segundo ele, em guarda
do poder
Felipe Werneck - O Estado de S. Paulo
RIO - Desde junho, o professor titular de História
Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira da Silva acompanha de
perto as manifestações no Rio. Ele prepara com o documentarista Eryk
Rocha, filho de Glauber, um filme sobre o que acontece nas ruas. Na
terça, porém, sua proximidade com o tema chegou a deixá-lo sem
respiração. Silva recebeu um jato de pimenta de um spray gigante,
recente aquisição da Polícia Militar, e precisou tirar a camisa e cobrir
o rosto para se proteger das bombas de gás lançadas pelos policiais na
Cinelândia.
Marcos de Paula/Estadão
'O jato parecia de extintor. Pus a camiseta na cara', diz o professor
O professor diz que o Rio virou o epicentro dos protestos no País por
ser uma cidade essencialmente de classe média e porque houve total
falta de sensibilidade das autoridades e perda de governabilidade no
Estado. Também afirma não temer comparações entre o que ocorre hoje e os
protestos estudantis do período militar: "A polícia da ditadura era
menos violenta do que a polícia do governador Sérgio Cabral".