Sexta, 19 de setembro de 2014
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou pedido do
governo para ter acesso ao depoimento de delação premiada no qual o
ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa citou nomes de políticos que
teriam recebido propina do suposto esquema investigado na Operação Lava
Jato, da Polícia Federal.
A decisão foi comunicada hoje (18) em
ofício enviado ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. No
documento, Janot diz que a investigação tramita em segredo de Justiça e
os dados não podem ser compartilhados.
O pedido de acesso foi
motivado por uma determinação da presidenta Dilma Rousseff. Dilma
pretendia ter acesso a informações oficiais sobre o depoimento para
tomar providências em relação a punição de funcionários do governo que
fossem citados. O envolvimento de políticos no suposto esquema de
propina na Petrobras foi noticiado em reportagem da revista Veja no início deste mês.
Outros
órgãos do governo, como a Controladoria-Geral da União (CGU) e a
Petrobras, tentam na Justiça Federal acesso ao depoimento para
identificar a presença de funcionários do governo e iniciar investigação
própria sobre os supostos ilícitos.
A Comissão Parlamentar Mista
de Inquérito (CPMI) da Petrobras também fez o pedido de acesso à
delação ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba,
responsável pela investigação.