Quarta, 17 de setembro de 2014
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
A candidata à Presidência pelo
PSOL, Luciana Genro, voltou a criticar o modelo adotado atualmente para a
distribuição de unidades habitacionais por meio do Programa Minha Casa, Minha
Vida. A socialista disse que as empreiteiras escolhem os locais mais distantes
para construir as casas, sendo necessária a transferência do controle da política
a entidades ligadas a movimentos populares.
Segundo Luciana, há muitos anos
ocorre no Brasil uma situação em que os pobres vão sendo expulsos das regiões
que passam a receber mais infraestrutura. "Quando chega ônibus, metrô,
eles acabam indo para mais longe. Isso precisa mudar", defendeu a
candidata, repetindo sua proposta de cumprir o Estatuto das Cidades, que prevê
a desapropriação de um imóvel que não cumpre sua função social.
Respondendo a perguntas de
estudantes que lotaram um auditório da Universidade de São Paulo (USP), Luciana
Genro voltou a prometer que vai lutar pela revisão da Lei da Anistia e em favor
da desmilitarização da polícia. Algumas questões também foram enviadas pela
internet ao Diretório Central dos Estudantes da USP, organizador do evento.
"O Brasil é um dos poucos
países da América Latina que não acertou as contas com o passado e isso se
reflete com torturadores do presente. A polícia segue torturando e matando,
reprimindo os movimentos sociais", disse, acrescentando que as polícias
precisam ter uma formação voltada para os direitos humanos.
Ao repetir bandeiras como a
descriminalização da maconha e a legalização do aborto, a candidata declarou à
plateia que considera "muito hipócrita criminalizar uma mulher que faz
aborto e não dar condição nenhuma para que ela tenha seu filho". Para ela,
a mulher tem o direito de escolher se quer, ou não, conceber, independentemente
do governo fornecer políticas de planejamento familiar.
Luciana Genro também afirmou que
pretende, se eleita, continuar e ampliar o Programa Bolsa Família, mas se fazem
necessárias mudanças estruturais, como as da política econômica e tributária.
Apesar de defender o petróleo como uma "riqueza estratégica para qualquer
país", a presidenciável defendeu o fortalecimento de iniciativas de
produção da energia solar e eólica. A sabatina foi acompanhada pela reportagem
por meio de transmissão ao vivo na internet, disponibilizada pela equipe da
candidata.