Segunda, 30 de novembro de 2015
Douglas Correa – Repórter da Agência Brasil
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da
Câmara Municipal do Rio de Janeiro manifestou, em nota, "total
indignação e repúdio" contra o assassinato de cinco jovens em Costa
Barros, subúrbio do Rio, na noite do último sábado (29). A ação foi
cometida por policiais militares, quando os jovens retornavam, por volta
das 22h, ao morro da Pedreira, em Costa Barros, depois de saírem para
comer pizza.
A ação, "extremamente violenta", culminou na execução
de Roberto de Souza, 16 anos; Carlos Eduardo da Silva Souza, 16 anos;
Cleiton Correa de Souza, 18 anos; Wesley Castro, 20 anos, e Wilton
Esteves Domingos Junior, 20 anos. Na ação, os policiais militares
dispararam mais de 50 tiros de fuzis e pistolas contra o carro das
vítimas. Todos morreram no local.
Para a comissão da Câmara
Municipal, o fato traz à tona, mais uma vez, o despreparo e a
inobservância dos direitos fundamentais à dignidade humana e aos
tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil.
Para os vereadores, trata-se de "mais uma ação desastrosa e extremamente
violenta realizada por alguns policiais militares que insistem em
descumprir o que determina a lei".
Essas mortes quase sempre são
justificadas pelo auto de resistência, quando o policial atira para,
supostamente, se defender. “É lamentável saber que todos os dias um
número significativo de pessoas são assassinadas por agentes do Estado e
que esses crimes fiquem sem a devida investigação. Entram,
lamentavelmente, na estatística dos autos de resistência, forjados em
muitos casos”, diz a nota.
A nota é assinada pelo vereador
Jefferson Moura, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos,
que se solidariza com os familiares dos jovens assassinados e se soma ao
clamor de toda a sociedade carioca, exigindo investigações ágeis e
eficientes para que haja identificação e punição exemplar dos
responsáveis por atos tão desumanos.