Sábado, 21 de novembro de 2015
Daniel Lima e Mariana Branco –
Repórteres da Agência Brasil
Polícia legislativa retira manifestantes da área em frente
ao Congresso Nacional —Wilson Dias/Agência Brasil
Cerca de 15 barracas de manifestantes a favor do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff foram arrancadas do gramado imediatamente em frente
ao Congresso Nacional, pela Polícia Legislativa. A polícia responsável pela
segurança do Congresso tentou negociar com os acampados, mas, como não teve
sucesso, retirou barracas e faixas, dispersando os manifestantes.
Em um ponto mais recuado do gramado, manifestantes de outro
acampamento, que pediam a destituição do governo via intervenção militar,
desarmaram as próprias barracas mas entraram em confronto com um grupo
contrário, que chegou gritando as palavras de ordem "Não
vai ter golpe". A Polícia Militar do Distrito Federal, que tem
jurisdição sobre a área, usou gás de pimenta para dispersar a briga. Após o
confronto, os grupos se retiraram do local.
O grupo pró-intervenção militar é o mesmo que, na semana
passada, se envolveu em uma confusão com integrantes da Marcha das Mulheres
Negras. Um policial civil do Maranhão acampado com os manifestantes disparou
quatro tiros para o alto e depois se entregou à polícia. De acordo
com outros acampados, os tiros se destinavam a dispersar um grupo de pessoas
que agrediam uma jovem a favor da intervenção militar. Já as participantes da
Marcha das Mulheres Negras disseram que algumas mulheres tentaram derrubar um
boneco inflável que estava no acampamento.
Após o incidente, o governador do Distrito Federal, Rodrigo
Rollemberg, reuniu-se com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado,
Renan Calheiros, e deu prazo até 19h de hoje (21) para que os acampados
deixassem a Esplanada dos Ministérios. Mais cedo, alguns integrantes do
acampamento pró-intervenção ainda resistiam à desocupação e diziam que só iriam
embora mediante a apresentação de um documento oficial determinando a
retirada.
Mais cedo, alguns integrantes do acampamento pró-intervenção
ainda resistiam à desocupação Wilson Dias/Agência Brasil
No fim da tarde, no entanto, o grupo já dizia que deixaria o
gramado mas permaneceria mobilizado. Eles cantaram o Hino Nacional e gritaram
palavras de ordem como "Pátria, família e Deus". “Decidimos
sair, mas não vamos desistir do Brasil”, afirmou o comerciante Ricardo Rocci,
45 anos, um dos manifestantes. O escritor Felipe Porto, 55 anos, prometeu
novas ações. “Estamos prontos para fazer novos acampamentos, inclusive em
frente a casa do governador”, disse, vestido com roupa de camuflagem e usando
um broche em homenagem ao Exército.