Domingo, 29 de novembro de 2015
Michèlle Canes – repórter da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki
converteu as prisões temporárias do diretor executivo do Banco BTG
Pactual, André Esteves, e do chefe de Gabinete do senador Delcídio do
Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, em preventivas. Divulgada no início da
noite de hoje (29), a decisão atende a pedido encaminhado ontem (28)
pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
À 0h, terminaria o
prazo das prisões temporárias. Com a decisão do ministro, ambos
permanecerão presos por tempo indeterminado. Segundo a Assessoria de
Comunicação de Zavascki, a decisão foi baseada na análise do material
levantado e dos depoimentos prestados ao longo dos cinco dias de prisão
de Esteves e de Ferreira.
Para o ministro, o material coletado
preenche os requisitos para a conversão das prisões e mostra que a
medida é necessária para garantir a efetivação da justiça. Responsável
pela defesa de André Esteves, o advogado Antonio Carlos de Almeida
Castro, conhecido como Kakay, chegou a entrar com pedido no STF para que
a prisão não fosse prorrogada.
André Esteves e Diogo Ferreira
foram presos na última quarta-feira (25) durante a Operação Lava Jato.
Esteves está no presídio de Bangu 1, no Rio de Janeiro. Ferreira está na
carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Além
deles, foram presos o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o advogado
Edson Ribeiro, ex-advogado do ex-diretor da Área Internacional da
Petrobras Nestor Cerveró.
A Procuradoria-Geral da República (PGR)
usou depoimentos da delação premiada de Cerveró e do filho dele
Bernardo Cerveró para pedir as prisões. As prisões foram autorizadas no
último dia 24 por Zavascki e executadas no dia seguinte pela Polícia
Federal.
Segundo o documento enviado pela PGR ao Supremo Tribunal
Federal, no qual faz o pedido de prisão dos investigados, a
procuradoria diz que Delcídio tentou dissuadir Nestor Cerveró de aceitar
o acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF). Caso o
acordo fosse firmado, o ex-diretor da Petrobras não deveria mencionar o
senador e André Esteves. A Agência Brasil não conseguiu contato com a assessoria da PGR.