Segunda, 23
de novembro de 2015
Kelly
Oliveira — Repórter da Agência Brasil
As boias de contenção instaladas às margens do rio Doce
para proteger a vegetação na foz [ponto de desaguamento no mar], no vilarejo de
Regência, próximo à cidade de Linhares (ES), não conseguiram conter
completamente a lama de rejeitos do desastre de Mariana (MG).
Essa região, onde o rio se encontra com o mar, é berçário
de uma espécie de caranguejo chamado de Guaiamu. A onda de rejeitos atingiu a
vegetação e os locais onde vivem os caranguejos. As boias, instaladas pela
Samarco, são tradicionalmente usadas na contenção de vazamentos de óleo, por
isso, não se tinha certeza da efetividade da estratégia. Segundo a empresa,
foram instalados nove quilômetros de barreiras de contenção para proteger as
áreas mais sensíveis do estuário (ambiente de transição entre o rio e o mar)
localizado em Regência, distrito de Linhares.
“Segundo análises realizadas nesta manhã, a eficiência das
barreiras instaladas nas áreas protegidas chegou a ser de até 80%, se
compararmos a turbidez da água de dentro do estuário ao canal principal do
rio”, diz a empresa.
A empresa acrescentou que as consequências que não puderem
ser mitigadas com essas ações estarão cobertas pelo Termo de Compromisso
Socioambiental (TCSA) preliminar, assinado com o Ministério Público do Espírito
Santo, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho. Esse
termo de compromisso “prevê medidas que visam garantir o abastecimento de água
em áreas atingidas, a apresentação do Plano Emergencial de Contenção, Prevenção
e Mitigação dos Impactos Ambientais e Sociais, além da disponibilização de
canais de comunicação com as comunidades dos municípios de Baixo Guandu,
Colatina, Linhares e Marilândia”.
A Samarco diz ainda que contratou uma empresa especialista
“em desastres dessa magnitude, que se dedicará à elaboração dos planos, gestão
e supervisão das ações que serão implementadas em todas as áreas impactadas ao
longo do Rio Doce”.
A barragem de Fundão, localizada em Mariana (MG), rompeu
no dia 5 de novembro, gerando enxurrada de rejeitos de mineração. A barragem é
da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton.
* Com informações de Bruno Faustino, da TV
Educativa-ES, em colaboração para a TV Brasil