André Richter - Repórter da Agência Brasil
A Justiça Federal em Porto Alegre negou hoje (27) pedido
de liberdade ao empresário José Carlos Bumlai, preso terça-feira (24). Na
decisão, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal
da 4ª Região, entendeu que Bumlai deve continuar preso devido aos indícios dos
crimes pelos quais o empresário é acusado.
De acordo com o desembargador, há provas dos crimes de
corrupção envolvendo pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e ao PT
na contratação de um navio-sonda pela estatal.
“Diante de tudo isso, transparece a gravidade concreta dos
crimes investigados e os efetivos riscos à investigação e à instrução penal, o
que atrai a necessidade de decretação da prisão preventiva, seja para fazer
cessar a atividade criminosa narrada com exatidão pela autoridade coatora, seja
para inibir a possibilidade de uso indevido pelo paciente de sua proximidade com
figuras exponenciais da política nacional”, argumentou Gebran.
Bumlai foi preso em Brasília, durante a Operação Passe
Livre, 21ª fase da Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF),
Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o
Banco Schahin. A prisão foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª
Vara Federal em Curitiba.
Segundo o procurador da República Diogo Mattos,
depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada indicam
que o empréstimo se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da
Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.
Conforme Sérgio Moro, há indícios de que Bumlai
usou indevidamente o nome de Lula para obter vantagens.