Domingo, 29 de novembro de 2015
Da Tribuna da Imprensa
Carlos Chagas
No fim de semana a
imprensa recorda o rio de lama que escorreu da participação das empreiteiras na
construção ou remodelação dos estádios de futebol para a copa do mundo de 2014.
Dezenas de bilhões de reais foram superfaturados e roubados dos cofres
públicos, com a correspondente distribuição de propinas para governantes,
políticos e empresários. Erigiram-se monumentos à ignorância nacional. Nem ao
menos ganhamos a competição, pois oferecemos ao mundo um dos maiores
vexames esportivos de todos os tempos. Pior ficou no fim de tudo, com os
estádios vazios e inócuos, servindo de homenagem ao desperdício de recursos
imprescindíveis ao nosso desenvolvimento. Os bilhões poderiam ter sido
utilizados na implantação de hospitais, universidades e centros de pesquisa. O
governo deu de ombros quando lhe caberia, ao menos, adaptar esses imensos
elefantes brancos para finalidades paralelas que, longe de ser subsidiárias e
supérfluas, teriam se tornado em principais aplicações necessárias.