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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

UNICEF: No Brasil 3,5 milhões de estudantes brasileiros foram reprovados ou abandonaram a escola em 2018

Sexta, 1º de novembro de 2019
Da ONU Brasil

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Instituto Claro apresentaram nesta quinta-feira (31), uma análise atualizada e inédita de dados nacionais sobre abandono, reprovação e atraso escolar, baseados no Censo Escolar. O documento revela que 3,5 milhões de estudantes brasileiros de escolas públicas municipais e estaduais foram reprovados ou abandonaram a escola em 2018.
Para contribuir com as escolas no enfrentamento do fracasso escolar, as duas organizações lançaram o curso online Trajetórias de Sucesso Escolar, estratégia que tem por objetivo inspirar e orientar redes de ensino e escolas a desenvolver projetos e políticas curriculares, alinhadas à Base Nacional Comum, que garantam o direito de aprender para crianças com atraso escolar.
Foto: Raoni Libório/UNICEF
Foto: Raoni Libório/UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Instituto Claro apresentaram nesta quinta-feira (31), uma análise atualizada e inédita de dados nacionais sobre abandono, reprovação e atraso escolar, baseados no Censo Escolar. O documento revela que 3,5 milhões de estudantes brasileiros de escolas públicas municipais e estaduais foram reprovados ou abandonaram a escola em 2018.
Para contribuir com as escolas no enfrentamento do fracasso escolar, as duas organizações lançaram o curso online Trajetórias de Sucesso Escolar, estratégia que tem por objetivo inspirar e orientar redes de ensino e escolas a desenvolver projetos e políticas curriculares, alinhadas à Base Nacional Comum, que garantam o direito de aprender para crianças com atraso escolar.
A cultura do fracasso escolar ainda é realidade no Brasil, gerando altas taxas de reprovação, distorção idade-série e abandono escolar. Apenas em 2018, escolas estaduais e municipais reprovaram mais de 2,6 milhões de estudantes.
Os dados apontam que meninos têm uma probabilidade 64% maior de repetir de ano do que meninas, e a taxa de reprovação entre os meninos é 71% maior que das meninas. A taxa também chega quase a dobrar nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), mas é o ensino médio que mais reprova no país.
No total, mais de 912 mil estudantes deixaram as escolas em 2018. O ensino médio é a etapa que mais perde estudantes, tendo 461.763 abandonado a escola em 2018, a maioria ainda no primeiro ano. No geral, as regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pelo atraso e o abandono.
Olhando para grupos específicos, observa-se que as populações de pretos e pardos têm taxas de abandono que chegam a ser mais que o dobro que a de brancos. Mais de 453 mil pretos e pardos abandonaram escolas estaduais e municipais em 2018, enquanto esse número foi de pouco mais de 181 mil estudantes brancos. O número de reprovados pretos e pardos também é duas vezes maior que o de brancos, somando, em 2018, mais de 1,2 milhão de estudantes reprovados.
Crianças e adolescentes indígenas são os mais afetados pela distorção idade-série e abandono escolar. Enquanto a taxa de abandono para as escolas públicas municipais e estaduais é de 3%, entre os estudantes indígenas a taxa é de mais de 6%. Já a distorção idade-série atinge mais de 41% dos indígenas matriculados. No último ano, mais de 15 mil abandonaram a escola.
O atraso escolar também afeta mais de 383 mil crianças e adolescentes com deficiência, o que corresponde a mais de 48,9% das matrículas. Quase 30 mil deixaram as escolas estaduais e municipais em 2018. A taxa de reprovação dos estudantes com deficiência é de 13,8%, enquanto, para o grupo sem deficiência, a taxa é de 8,7%.
“Os estudantes brasileiros ainda enfrentam uma cultura de fracasso escolar, que naturaliza a reprovação, levando a quadros de distorção idade-série e ao abandono escolar. Nossa proposta, com a divulgação dos dados e o lançamento do curso online da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, é contribuir para que estados e municípios desenvolvam um diagnóstico claro do problema e divulgar recomendações para auxiliá-los na busca por soluções”, afirma Ítalo Dutra, chefe de Educação do UNICEF no Brasil.
Curso – Diante desse cenário, o curso online tem como público-alvo gestores de rede, gestores escolares e professores, e visa auxiliá-los no diagnóstico, planejamento, adesão e desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento da cultura do fracasso escolar.
“O Instituto Claro e o UNICEF estão unidos para contribuir diretamente com o desenvolvimento das crianças e dos jovens no Brasil. Acreditamos que o caminho para reverter o quadro que os dados nos mostram é por meio da educação. Com o curso Trajetórias de Sucesso Escolar, disponibilizamos para os educadores o apoio técnico e as ferramentas para que possam elaborar estratégias de aprendizado sob medida para cada realidade, ampliando as possibilidades de sucesso dos alunos”, afirma Daniely Gomiero, diretora de Comunicação Interna e Responsabilidade Social Corporativa da Claro e vice-presidente do Instituto Claro.
O site da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar também permite que o usuário possa identificar os recortes de dados por região, Estado, município, até chegar às escolas. É possível obter dados de reprovação, distorção idade-série e abandono escolar referentes a cada unidade de ensino. A funcionalidade permite que a escola possa ter conhecimento da própria situação e possa desenvolver, a partir das recomendações disponíveis, estratégias de enfrentamento desses problemas, além de fornecer dados essenciais para criação de políticas públicas.
Todo o conteúdo e funcionalidades podem ser acessados pelo link: https://trajetoriaescolar.org.br.
Trajetórias de Sucesso Escolar – A estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar é uma iniciativa do UNICEF, Instituto Claro e outros parceiros para o enfrentamento da cultura de fracasso escolar no Brasil. O site disponibiliza indicadores de fluxo escolar nacionais, estaduais, municipais e por escola, retirados do Censo Escolar. O objetivo é facilitar um diagnóstico amplo sobre a distorção idade-série no País – quando um estudante está com dois ou mais anos de atraso escolar –, reprovação e abandono; e oferecer um conjunto de recomendações para o desenvolvimento de políticas educacionais que promovam o acesso, permanência e aprendizagem desses estudantes. Além de taxas de distorção e índices de abandono e reprovação, o site disponibiliza recortes por gênero, raça, localidade e deficiência, que mostram as relações entre o atraso escolar e as desigualdades brasileiras.
Instituto Claro – A área de Responsabilidade Social da Claro investe continuamente em ações relacionadas à Educação e à Cidadania por meio do Instituto Claro, com o objetivo de atuar em frentes sociais que integram a tecnologia e a informação como fonte de desenvolvimento e conhecimento. Dessa forma, realiza e apoia projetos como o Campus Mobile, o Educonex@o, o Programa Dupla Escola, entre outros. O Instituto Claro é qualificado como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) pelo Ministério da Justiça, e é reconhecido pelo Departamento de Comunicação Global das Nações Unidas (DCG/ONU) como uma organização não governamental corporativa que promove os ideais e princípios sustentados pela Carta das Nações Unidas.