Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Senador Pedro Simon diz que a CPI do Cachoeira virou um deboche e quer Agnelo depondo

Terça, 22 de maio de 2012
Da Agência Senado

Pedro Simon critica CPI e pede investigação da construtora Delta e de governadores


O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou em Plenário, nesta segunda-feira (21) a CPI do Cachoeira por não convocar o ex-presidente da empreiteira Delta Fernando Cavendish e os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Além disso, ele afirmou que a CPI virou um “deboche e está colocando o Congresso Nacional numa situação ridícula perante a sociedade”.

- As charges que estão publicando do Congresso são ofensivas a ponto de se entrar na Justiça protestando. Vai perder, porque a charge é verdadeira, diz o que está acontecendo – disse o senador.

Simon lembrou que a CPI foi criada a partir de denúncias comprovadas por investigações da Polícia Federal, e com pedido de inquérito apresentado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), no caso do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A Procuradoria Geral da República, lembrou, também pediu investigações sobre a operação que resultou na venda da construtora Delta, logo após as denúncias de envolvimento da cúpula da empresa com Carlinhos Cachoeira. Apesar disso, reclamou Simon, os integrantes da CPI alegam faltar provas para convocar representantes da empreiteira Delta e os governadores Marconi, Agnelo e Cabral.

O senador sugeriu que se faça uma força tarefa para fazer o que a CPI não estaria fazendo. Algumas das ações propostas por ele são de investigação na empreiteira Delta com o bloqueio dos bens dos proprietários e dos seus sócios, investigação da evolução dos bens dos parentes e dos cônjuges, quebra do sigilo bancário, fiscal, telefônico, e a retenção dos passaportes.

- O presidente da Delta se licencia, larga o cargo e vai transferir-se para Nova York, vai botar uma firma lá e tudo continua igual – criticou o senador, referindo-se a Fernando Cavendish.

Simon também pediu ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, na CPI, que mobilize a instituição para exigir investigação isenta sobre o escândalo. Também sugeriu que Ophir convoque os jovens das redes sociais para manifestarem a insatisfação da sociedade brasileira.

BNDES

Pedro Simon questionou especialmente a compra da empreiteira Delta pelo grupo J&F, detentor do frigorífico JBS. Ele considerou um absurdo o fato de uma empresa denunciada por fraudes, corrupção e superfaturamento ter sido vendida a um frigorífico em cujo capital o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem 31% de participação.

Sobre o assunto, os senadores Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Roberto Requião (PMDB-PR) fizeram apartes para falar que o BNDES está “esquecendo que é um banco social para ser lucrativo” e que não é papel deste banco “financiar a fusão” de grandes empresas.

- Não é para isso que ele [BNDES] foi feito. De repente, o “s” está sendo o “s” de salvação de frigoríficos e de empreiteiros e não o “s” de social – criticou o senador Cristovam.