Sábado, 19 de outubro de 2013
Suzano Almeida
suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br
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O inchaço de cargos
e secretarias está refletindo nos gastos em contratos de aluguéis de
imóveis para alocar servidores e comissionados. Entre 2010 e 2013 o
crescimento nas despesas do GDF foi de 397,11% com locações e o número
de contratos passou de sete em 2011 para 103 neste ano, chegando a quase
R$ 74 milhões.
Os dados foram levantados pelo gabinete da deputada Eliana Pedrosa (PPS), que lembrou que em 2011 o número de imóveis
alugados pelo GDF era de 14. “Quando o ex-governador José Roberto
Arruda (PR) entrou o número foi muito menor. Agora, a escalada de
contratos de aluguéis é enorme. O número de secretarias criadas por esse
governo reflete esse descontrole”, analisa a distrital.
Segundo Eliana, os gastos
excessivos são reflexo de um orçamento mal administrado. “Como o
Distrito Federal tem um grande orçamento pago pela União, o governo
acaba gastando muito e com coisas desnecessárias, como os R$ 4 milhões
para chaves, quando antes disso a mesma questão era de apenas alguns
mil, ou, ainda, com flores para o gabinete do governador”, critica a
distrital, que continua: “Não existe um controle dos gastos. Enquanto o
governo gasta com os aluguéis, faltam insumos básicos na rede de saúde e
Unidades de Terapia Intensiva Móveis (UTI Móveis). Esses valores
poderiam, muito bem, ir para outras áreas ou para a construção de
unidades de terapia para pessoas com problemas mentais”.
SUSPEITAS
A deputada distrital conta que ainda está levantado outros dados para saber se os valores pagos pelo governo do Distrito Federal
estão dentro do previsto para cada localidade, mas já adianta que há
indícios de superfaturamento. “Ainda precisamos analisar com cuidado e
ver com os responsáveis se esses valores estão corretos, pois há
indícios de superfaturamento”, adianta.
O maior salto de um ano para o outro, em número de novos contratos
de locação, ocorreu de 2012 para 2013. Até dezembro passado eram 50 os
imóveis utilizados de terceiros, neste ano os contratos chegam a 103.
Esse crescimento fez com que os prejuízo para os cofres públicos
saltassem de R$ 54,5 milhões para R$ 73,8 milhões.
A diferença com os gastos, comparando aos valores em 2010, chega a
R$ 59 milhões, sendo que o maior contrato se refere a um prédio de R$ 10
milhões anuais ocupado pela Casa Civil.
Não é por falta de espaço
O Governo do Distrito Federal possui atualmente 37 secretarias
divididas entre partidos grandes e nanicos. Nelas estão 216 mil
servidores, entre concursados e comissionados.
Devido ao grande número de funcionários, o governo tenta utilizar
os lugares que possui, mas para Eliana Pedrosa, na verdade, os espaços
existentes não são bem aproveitados. “Há vários órgãos em que os locais
estão superdimensionados. Em que o número de funcionários é pequeno e o
espaço é grande”, diz a distrital.
Em Parceria Público-Privada (PPP), o GDF está construindo o Centro
Administrativo, entre Ceilândia e Taguatinga, que deverá ter a primeira
etapa entregue até o fim deste ano. O promessa é que ele possa
comportar, juntamente com outros prédios públicos, todos os servidores.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do GDF, mas fomos informados que não foi possível responder a demanda.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br