Segunda, 16 de novembro de 2015
Do Esquerda.Net
Em entrevista à ITV, Corbyn salienta que é preciso questionar o papel da Arábia Saudita e a venda de armas no Médio Oriente
O líder do Partido Trabalhista britânico
considera que o atentado de Paris foi “terrível” e pensa que derrotar o Estado
Islâmico (EI) passa por encontrar uma resposta política para o conflito sírio.
Corbyn salienta também que é preciso questionar o papel da Arábia Saudita e a
venda de armas na região.
16 de Novembro, 2015
O recentemente eleito líder do Partido
Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, foi entrevistado pela ITV sobre os atentados de Paris, que
causaram, pelo menos, 129 mortes e centenas de feridos.
Corbyn começou por considerar “terrível”
o atentado de Paris e alertou que uma resposta militar pode provocar ainda mais
dor. “Uma guerra não traz necessariamente mais paz: muitas vezes pode provocar
mais conflitos, mais caos e mais perdas”, afirmou.
O líder trabalhista considera que para
derrotar o EI é preciso encontrar uma saída política para o conflito na Síria.
“Não estou a dizer sentarmo-nos à mesa com o EI, estou a falar de uma resposta
política que ajude a encontrar uma espécie de governo de unidade, um governo
técnico na Síria”, disse.
Corbyn diz que as conversações sobre o
conflito na Síria realizadas neste fim de semana mostraram sinais positivos e
aponta que "é chave” que Irão, Rússia, EUA, União Europeia se juntem à
mesa com todos os governos regionais, “em particular, a Turquia”.
“Quem está a armar o EI?”
James Corbyn assinala também que há um
conjunto de questões que precisam de ser levantadas. “Quem está a armar o EI?
Quem lhes está a fornecer abrigos seguros? Para responder a isto, é preciso
fazer perguntas sobre as armas que são vendidas na região, o papel da Arábia
Saudita nisso. Acho que há algumas questões muito importantes e devemos ser
cuidadosos”, afirmou o líder trabalhista e conhecido ativista da luta pela Paz.
Na sua eleição, como líder do partido
trabalhista, Corbyn criticou a venda de armas pelo Reino Unido no Médio
Oriente, considerando que contribuem significativamente para agudizar os
conflitos na região.
Em 2013, segundo o The
Independent, o Reino Unido teve receitas de 12 mil milhões de
libras com a venda de armas a regimes repressivos do mundo, muitos dos quais do
Médio Oriente e de África.