Quinta, 14 de janeiro de 2016
Da Ponte
13/01/16 Por André Caramante
José Erlanio Freires Alves, 36 anos, conhecido no mundo do futebol como Toni, foi meia-direita do Operário (Mato Grosso). Ele foi morto por sargento da PM quando esperava, às 5h30 desta quarta-feira (13/01), carona para ir ao trabalho.
Casado, pai de quatro filhos e a caminho do trabalho, o auxiliar de almoxarifado e ex-jogador profissional de futebol José
Erlanio Freires Alves, 36 anos, conhecido como Toni, foi morto a tiros
por um sargento da Polícia Militar de São Paulo, nesta quarta-feira
(13/01), ao ser confundindo com um suspeito de roubar uma moto.
O crime aconteceu às 5h30 no cruzamento
das avenidas João Pessoa com Sapopemba, no bairro Utinga, em Santo André
(ABC paulista), perto da divisa com a zona leste da cidade de São
Paulo, e foi gravado por câmeras de segurança de uma loja de
eletrodomésticos e outros comércios da região.
Neste momento, o sargento da PM de SP Eduardo Pontes de Lima,
31 anos, responsável pelo tiro contra Alves está sendo preso em
flagrante por homicídio por policiais civis de Santo André. De acordo
com investigadores, o militar afirmou ter atirado contra Alves porque
ele carregava em uma das mãos a caixa preta com seus óculos de grau.
Alves trabalhava havia oito anos como auxiliar de almoxarifado na empresa Auto Metal Indústria Comércio,
em Diadema, também no ABC paulista. No momento em que foi morto pelo
sargento Lima, Alves aguardava um amigo que trabalhava no mesmo lugar e
dava carona para ele todos os dias.
“Ele era um pai de família, um
trabalhador e que só sabia fazer o bem para as pessoas”, disse José
Cornelio Garcia, 50 anos, amigo que dava carona diariamente para o
auxiliar de almoxarifado e chegou a passar pelo local onde o corpo de
Alves estava, nesta manhã, mas foi informado apenas de que ali “estava
um ladrão morto pela polícia”. “Um absurdo isso! Eu não sabia
que era ele. Cheguei até a ir trabalhar normalmente. Achava que ele
tinha ido de ônibus. Só quando a mulher dele ligou para a empresa é que
fiquei sabendo desse absurdo”, disse.
Entre 2000 e 2005, segundo amigos, Alves atuou como meia-direita do Operário, time de Várzea Grande, no Mato Grosso. Em
12 de março de 2003, ele enfrentou o Palmeiras pela Copa do Brasil,
ainda no antigo estádio do time paulista, e sofreu uma derrota por 5 a
1.
Em seu perfil na rede social Facebook,
Alves exibia como foto de capa a foto daquela partida marcante em sua
carreira como jogador profissional. Atualmente, Alves dividia seu tempo
entre o trabalho na Auto Metal e defender vários times de várzea e de
futebol de salão amadores do ABC paulista e da zona leste de São Paulo.
O enterro de Alves será amanhã (14/01), às 9h, no Cemitério Camilópolis, em Santo André.