Sexta, 16 de setembro de 2016
Elaine Patricia Cruz – da Agência Brasil
O
presidente do PT, Rui Falcão, anunciou hoje (16) em um hotel paulista
que o partido tomou três decisões durante reunião de seu diretório
nacional, ocorrida ontem, em São Paulo. Uma delas será a de elaborar um
calendário de mobilizações em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Segundo ele, os atos ocorrerão ao longo deste mês.
Uma
outra decisão é a de encaminhar uma nota padrão, em solidariedade ao
ex-presidente Lula, para todos os candidatos do partido. A ideia é
recomendar que eles leiam a nota nos programas políticos ou campanhas.
“Vamos recomendar a todos nossos candidatos, das capitais e das cidades
que tenham segundo turno, que, em transmissão de rádio e TV, leiam uma
nota de solidariedade ao Lula e de denúncia do golpe continuado”,
afirmou, em entrevista coletiva.
De acordo com o presidente do
PT, a leitura da nota não será obrigatória, mas sim uma orientação do
partido. “Vamos remeter a nota e dizer que essa é uma orientação do
diretório nacional”, disse ele.
Uma terceira decisão tomada foi a
de antecipar as eleições da direção do partido. Segundo Falcão, a
eleição deve ocorrer no primeiro semestre de 2017. “Vamos renovar a
direção no primeiro semestre de 2017. E essa renovação será feita pelo
sexto congresso de base. E esse congresso terá seu lançamento já no mês
de dezembro. As pautas e os critérios serão decididos no dia 7 de
outubro, quando vamos aproveitar também para fazer um balanço do
primeiro turno”, afirmou.
Falcão disse que o partido ainda não
trabalha com as eleições de 2018, e que não trabalha com outra
possibilidade de candidatura para a presidência da República neste
momento que não seja Lula. “Não é o caso de abrir nenhuma outra hipótese
que não seja o Lula. Na medida em que eu começo a discutir publicamente
ou admitir a hipótese de uma candidatura alternativa, estou
fragilizando ou facilitando o esquema de sua interdição [Lula]. Mas nem o
nome de Lula ainda está colocado. A eleição é só em 2018, a menos que
consigamos, com as Diretas Já, mudar todo o esquema e conseguir promover
uma reforma eleitoral.”
Rui Falcão voltou a falar hoje que o
partido vai atuar como oposição ao atual governo, mas que não irá votar
contra projetos de interesse da população, como “a terceirização e a
entrega do pré-sal”, citou.
“É natural que os movimentos sociais e
sindicais discutam suas reivindicações e se defendam da pauta
regressiva diante de um governo de fato. É natural que a CUT, o MST e os
demais movimentos negociem com o governo, quando acharem conveniente.
[Quanto ao PT], o que tiver de projeto na Câmara e no Senado, quando
aparecer pauta que interesse a maioria da população e interesse ao país,
as bancadas vão votar a favor. Nunca fomos da política quanto pior,
melhor.”