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(Millôr Fernandes)

sábado, 12 de outubro de 2013

Caos na rede pública de saúde do DF: Em Sobradinho, faltam equipamentos básicos na principal Unidade de Saúde da cidade

Sábado, 12 de outubro de 2013

Rayane Fernandes
Especial para o Jornal de Brasília
 
Reclamações sobre a falta de médicos, materiais e aparelhos na rede pública de saúde são constantes. A situação se agrava ainda mais quando equipamentos básicos ficam indisponíveis, colocando, inclusive, vidas em risco. Enquanto isso, os pacientes ficam à mercê da boa vontade do Estado para resolver o problema. Situação preocupante vive uma senhora de 82 anos, que aguarda um exame radiológico para poder ser operada.
 
No último domingo, Maria do Socorro caiu, quebrou a bacia e foi internada no Hospital Regional de Sobradinho. Ela precisa ser submetida a uma cirurgia com urgência, mas está dependendo do aparelho para escopia, que oferece uma imagem radiológica mais dinâmica. O problema é que o equipamento está quebrado.
 
“Ela ia operar na quarta, mas até hoje nada”, afirmou o neto dela, Leandro de Jesus Sousa. “Disseram também que só tem um aparelho. Acho que deveria ter ao menos dois, caso aconteça algum imprevisto. Tanto minha avó quanto outras pessoas precisam desse equipamento. Estão esperando que alguém morra para consertar?”, desabafa.  À família da idosa, a direção do hospital informou que   não há previsão para conserto. “Estamos esperando a boa vontade do governo para providenciar um raio X”, completa.
 
Medo do pior
 
Enquanto isso, a preocupação com o estado de saúde da idosa só aumenta. “Ela começou a passar mal, está no soro e vomitando. Ainda não sabemos o porquê, mas acredito que pode ser por nervosismo e ansiedade”, conta. “Estamos com medo de ela morrer no hospital. Não quero que isso aconteça por causa de uma coisa tão simples de ser resolvida”, acrescenta. 
 
Para Leandro, com toda essa situação, a sensação é de impotência. “Estou derrotado. A gente não pode fazer nada. É muito difícil ver minha avó na cama de um hospital, tentar resolver o problema e não conseguir. Se tivesse dinheiro, já tinha pago um hospital particular. Mas não tenho. Dependemos do governo”, afirma. 
 
O aparelho para escopia orienta o cirurgião no momento da operação. “Ele é um facilitador do ato cirúrgico. Permite mais segurança no resultado”, explica a ortopedista Maria de Lourdes. Mas há determinadas cirurgias em que o equipamento é fundamental.  
 
De acordo com a especialista, o equipamento ajuda a diminuir o tempo em que o paciente fica no centro cirúrgico e, sendo um idoso, o risco para ele é menor.  
 
Procurada pela reportagem do Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde informou que a manutenção da peça já foi solicitada e a empresa tem até segunda-feira para fazer o conserto. E assegurou também que nenhum paciente ficou ou ficará prejudicado por causa da situação. E caso algum paciente necessite com urgência do aparelho, será encaminhado para outro hospital. Mas isso não foi feito por Maria.