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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Boicote às eleições indicam que "o terceiro turno" será nas ruas!

Terça, 28 de outubro de 2014
Tribuna da Imprensa
Daniel Mazol
Espero realmente que tenha perdido o pior... A “gerentona” Dilma Rousseff foi reeleita com 54.498.193 votos, Aécio Neves perdeu por insignificante diferença, conquistou os votos de 51.040.857 de insatisfeitos que querem “mudança”. Assim como eu, 30,14 milhões de eleitores não optaram por nenhum dos dois. Foi o resultado mais apertado desde a eleição presidencial de 1989.
 
O Brasil está rachado ao meio, a presidente Dilma discorda, contrariamente ao que a matemática demonstra. O mapa da vitória mostra o Brasil dividido numa diagonal. De MG para cima, deu Dilma. Da terra de Aécio, passando pelo centro-oeste, para baixo, o vencedor foi o netinho-playboyzinho.
 
A partir de agora, a prioridade da cúpula petista não será com o povão (as promessas de campanha e os rumos do país), todo esforço será para conter os efeitos das denúncias de corrupção, sobretudo as da Lava Jato, cuja ordem-geral é “abafar”. Será que o STF vai aceitar tal “missão”?! O problema é que só por milagre (ou por ameaças covardes e criminosas), a turma de Dilma-Lula conseguirá conter a detonação de novas denúncias contra a Petrobras.
 
E mais uma vez, o PMDB, partido sem vergonha e sempre governista, foi o maior vencedor da eleição. Caberá ao vice-presidente Michel Temer tocar a complicada “reforma política” que a presidente, no seu discurso da vitória reeleitoral, definiu como prioridade. As velhas chantagens da “governabilidade” seguirão. O PMDB com seus 66 deputados federais, liderados por Eduardo Cunha, que deseja presidir a Câmara, farão de tudo para que a presidente Dilma Rousseff esteja sempre pronta para atender às demandas da revoltosa base aliada.
 
Mas o fato é que com Dilma, ou Aécio, o Brasil segue no insano aprofundamento desse regime que mistura um criminoso capitalismo de Estado atrasado, corrupto, improdutivamente dispendioso e desperdiçador de valores, junto com um discurso e medidas clientelistas, assistencialistas e eleitoreiras. Precisamos de um verdadeiro Projeto de Nação, não de farsantes, postes, aventureiros e paraquedistas de plantão. 
 
O dado mais importante a destacar 
 
Em números absolutos, 30,14 milhões de eleitores deixaram de ir às urnas no segundo turno em todo o território nacional, contra 27,7 milhões no primeiro. No Rio de Janeiro, os números oficiais do TSE revelaram que o boicote às eleições superaram os números do candidato Pezão, vencedor do 2º turno para governador (durma-se com esse barulho).
 
O negócio é o seguinte: de acordo com as Leis, o vencedor é aquele que tem metade mais um somente dos votos válidos do pleito. Contudo, a falta de legitimidade de Pezão (PMDB) ficou evidente com os números do boicote às eleições no Rio. E considerando que a representatividade do atual governador está muito enfraquecida, a previsão para 2015 é o aumento das manifestações populares. Devem voltar com tudo!  
Muitos lutadores de plantão já consideram que o "terceiro turno" será nas ruas. Quem viver verá.