Quarta, 29 de outubro de 2014
Desde que fui atingido por um tiro de bala de borracha,
em 13 de junho de 2013, muitas outras vítimas surgiram neste cenário de
violência provocado pelo uso das armas menos letais. Portanto, foi com
muita satisfação que recebi a notícia da proibição temporária do uso da bala de borracha pela PM Paulista. Mas não podemos nos contentar com uma decisão provisória, que pode ser derrubada. Peço que a Justiça proíba de vez o uso da bala de borracha contra manifestantes.
Isto é prova do avanço ao livre direito à manifestação pacífica
dentro dos direitos humanos. Direito esse que também se refere à
própria vida do agente policial. Porém, a decisão deve ser encarada com
muita atenção e não significa que outra arma possa substituí-la. Além do
que, esta decisão não pode servir como instrumento político para que uma onda fascista se espalhe nas ruas travestida de liberdade democrática.
Liberdade e democracia andam lado a lado, mas os interesses políticos podem acabar com a utopia de um mundo sem violência. A discussão não pode parar por aqui. Sabemos
que muitos armamentos ligados às armas menos letais foram comprados
pela polícia - portanto, há um grande depósito em "processo de
extinção". O que será feito com este armamento? Esta é apenas uma das discussões que ainda podem ser feitas para o bom convívio de toda a sociedade.
Obrigado,
Sérgio Silva.