Quinta, 12 de novembro de 2015
Do Esquerda.Net
Os serviços secretos da
Alemanha (BND) espiaram, entre outros, o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), o FBI e também o ministro dos Negócios Estrangeiros
francês, Laurent Fabius, revelaram diversos órgãos de informação daquele
país.
12 de Novembro, 2015
Foto de Moritz Hager/ Flickr
Estas informações, deverão acentuar a polêmica na Alemanha sobre a vigilância de cidadãos e instituições feita pelos serviços secretos e que foram desencadeadas pelas revelações do analista informático norte-americano Edward Snowden, atualmente a residir em local secreto na Rússia.
As alegações são particularmente embaraçosas para a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo gabinete supervisiona a ação dos serviços secretos, depois de, em 2013, ter vindo a público que a Agência Nacional de Segurança norte-amerciana (NSA) teve o seu telemóvel sob escuta. Na altura, Merkel afirmou que "a espionagem entre amigos não é aceitável".
A rádio pública alemã Berlin-Brandebourg (RBB) noticiou ainda que o BND espiou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês Laurent Fabius, o Tribunal Internacional de Haia (TPI), o FBI, a Unicef e a Organização Mundial de Saúde (OMS), citando uma lista de 900 páginas de "seletores" do BND - números de telefone, emails e endereços IP - que os serviços de informações forneceram a uma comissão parlamentar.
Da lista constam também "muitas empresas europeias e norte-americanas, incluindo fabricantes de armas como a Lockheed dos Estados Unidos".
Entre visados figuram ainda um diplomata alemão que entre 2008 e 2011 exerceu as funções de chefe da missão de observadores da União Europeia (UE) na Geórgia e, mais tarde, teve cargos europeus de destaque em Bruxelas e na Turquia, e a rádio financiada pela administração norte-americana Voice of America.
A imprensa alemã tinha noticiado anteriormente que o BND tinha espiado, em colaboração com a NSA, a presidência e a diplomacia de França, a Comissão Europeia e outros alvos estrangeiros.
"A análise dos seletores do BND vai demorar ainda vários meses para clarificar porquê, quando e quanto tempo estiveram ativos e quem realmente foi escutado", acrescentou a RBB.