Sábado, 21 de novembro de 2015
do Jornal O Dia
PM Alexandre Murta Fernandes, de 41 anos, foi assassinado na manhã de
sexta-feira, em Bento Ribeiro
FLAVIO
ARAÚJO
Rio - A Delegacia de Homicídios (DH)
da Capital recolheu imagens de três câmeras para tentar identificar os
assassinos do segurança do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), o policial
militar Alexandre Murta Fernandes, de 41 anos. Ele foi morto na manhã de
sexta-feira, na Rua Parnamirim, em Bento Ribeiro, bairro onde morava. A polícia
trabalha com a hipótese de latrocínio, porém, a arma do militar e um estojo com
munição não foram levados pelos matadores e a possibilidade de crime político
não está descartada.
A arma do PM Alexandre Murta e um
estojo contendo munição não foram levados pelos assassinos
Foto: Reprodução Facebook
Freixo foi ameaçado de morte durante os trabalhos da CPI das Milícias,
em 2008, período em que Murta começou a trabalhar na escolta do deputado. A
Inteligência da PM e vários informes do ‘Disque-Denúncia’, na época, apontavam
o nome do deputado como alvo. Em 2011, após receber sete ameaças em um mês,
Freixo foi para a Europa por dois meses, a convite da Anistia Internacional.
“Ser ameaçado de morte por cumprir a sua função pública é muito grave e estamos
falando da milícia”, disse Freixo, no auge das ameaças.
O PM Alexandre Murta chegava em casa, de moto, por volta das 8h, quando
foi abordado por três homens que saíam de um carro preto. Houve troca de tiros
e o militar foi atingido por dois tiros na barriga e um na mão. Ele chegou a
ser operado no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não
resistiu aos ferimentos.
Segundo o delegado da DH responsável pela investigação, André Leiras, o
policial reagiu à abordagem antes de os bandidos descerem do carro em que
estavam.Uma testemunha já foi ouvida e a polícia vai chamar para depor os
parentes do militar morto.
'Não conseguimos proteger a vida dele', diz Freixo
No final da noite de sexta, Marcelo Freixo usou sua rede social
para comentar sobre o episódio. O deputado lembrou que Alexandre Murta foi
indicado para fazer sua segurança em 2008, durante a CPI das Milícias, e que
ficaram amigos desde então.
"Nos últimos oito anos, sua principal função foi proteger a minha
vida, nós não conseguimos proteger a dele. Hoje, quando chegava na casa da mãe
foi assaltado. Alexandre reagiu, foi ferido e não resistiu. A tristeza é muito
profunda. A sociedade perde um excelente policial, eu perdi um amigo",
escreveu.
Alexandre Murta deixa um casal de filhos menores de idade. Filho de um
policial militar, tem outros dois irmãos que pertencem à corporação. Horário e
local do sepultamento não foram divulgados.