Seguranças
do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) foram flagrados em uma ação de
desrespeito com paciente da rede pública de saúde. Em um vídeo público,
postado nas redes sociais, vigilantes aparecem chutando uma mulher e
arrastando a vítima pelo braço até o lado de fora da unidade de saúde.
Uma testemunha que presenciou o caso, de 22 anos, fez um relato em um
grupo de mães no Facebook. Ela contou que a ocorrência aconteceu na
quinta-feira (7/1).
Segundo
a jovem que viu toda a situação, a vítima estava com a mãe em estado
grave. Ao ter o acesso interrompido pelos seguranças, a filha tentou
entrar no interior do hospital. “O segurança do hospital não permitiu a
mulher entrar com a mãe e colocou as duas do lado de fora. A mulher,
para tentar ajudar a mãe, entrou e adivinha. O segurança a recebeu com
vários chutes e saiu arrastando a mulher pelo corredor do hospital até o
lado de fora”, revelou.
Testemunha fez relato público e divulgou imagens em rede social
Ela
ainda contou que também sofreu represálias dos seguranças. “Ele ficou
apontando o dedo na minha cara, me xingou lá. Foi horrível”, lamentou.
Em entrevista ao Correio, a jovem, que prefere não ser
identificada, contou que aguardava atendimento para a avó que tinha
desmaiado e vomitado. "Tinha muita gente na fila. Eu estava com minha
avó na ala de emergência quando iniciou a confusão. Comecei a filmar
depois que tudo estava acontecendo. A mulher tentou entrar, mas o
segurança não deixou. Mesmo assim ela conseguiu acesso e nessa hora os
vigilantes saíram puxando pelo braço", explicou.
A
vendedora ressaltou que ao ser agredida a vítima empurrou um dos
seguranças. "Nesse momento eles começaram a dar um monte de murro nela. A
mulher caiu no chão e mesmo assim os seguranças continuaram as
agressões com chutes. Uma enfermeira saiu, ficou olhando, mas não fez
nada. Um policial também presenciou a cena e não tomou nenhuma atitude",
destacou. "A mulher foi expulsa do hospital e lá fora a baixaria
continuou. Pela surra que ela levou, deve ter ficado muito machuada,
porque eram quatro seguranças fortes, mas a vítima não voltou para
dentro do hospital", acrescentou.
O
comentário da testemunha nas redes sociais sofreu repercussão na noite
de sexta-feira (8/1) e continuou na manhã de sábado (9/1). Uma mulher
revelou que passou por situação semelhante. “Eles são muito folgados
mesmo. Uma vez aconteceu o mesmo comigo, só que levei o caso para a
delegacia”, disse.
A mesma internauta fez um desabafo e pediu que
a testemunha registrasse ocorrência na Polícia Civil e na ouvidoria do
hospital. “Essa empresa tem que treinar melhor os funcionários dela.
Eles trabalham com seres humanos e, principalmente, na área hospitalar
onde as pessoas estão doentes ou familiares com o emocional abalado por
estar vendo alguém passando mal. Isso tem que mudar, a saúde pede
socorro e tem que mudar a partir do serviços terceirizados. Chega,
cansamos disso”, completou.
No
vídeo, um homem aparece com a blusa da Polícia Civil, assiste a
agressão e não toma nenhuma atitude. A Divisão de Comunicação da Polícia
Civil (Divicom) informou que não existe registro de ocorrência sobre o
caso. Sobre o suposto policial, a comunicação disse que"o caso será
analisado e que será preciso, ainda, avaliar os fatos "em sua
totalidade".
Depois
da divulgação das imagens que comprovam a agressão, a direção do
Hospital Regional de Ceilândia informou que "vai apurar as
responsabilidades pelo ocorrido no referido plantão e destaca a
preocupação com o respeito ao paciente e seu acompanhante".